A manifestação
de uma opinião contrária à posição defendida pelos organizadores do “evento”, algo
que seria perfeitamente corriqueiro numa democracia normal, rapidamente deu azo
a que uma turba fanatizada ideologicamente se insurgisse com violência,
perseguição e ameaças diversas para com o autor da crítica àquilo que se
designa por ideologia de género e que de acordo com o entendimento de parte
muito significativa da esquerda portuguesa não é nem pode ser objeto de
qualquer tipo de crítica. A coisa acabou mesmo por levar duas deputadas do
Bloco de Esquerda, Joana Mortágua e outra que não me lembro o nome, a
apresentar queixa contra Bruno Vitorino na Comissão para a Cidadania e a
Igualdade de Género (CIG).
Vamos por
partes. O que é afinal a ideologia de género? Basicamente trata-se de uma
ideologia e não de uma ciência que opina que uma pessoa não pertence ao sexo a
que corresponde (masculino ou feminino) mas antes do “género” que decide
pertencer, sendo que esta identidade de género não é condicionada pelas características
do corpo, concretamente os órgãos sexuais.
A ideologia de género
brota do marxismo, que depois da derrota copiosa na economia, nesta sua nova
roupagem, elege como alvo a família e elementos caracterizadores da
masculinidade e feminilidade, as bases tradicionais da família. A este
respeito, recordo uma anterior e bem-sucedida censura no verão de 2017, também
com queixas na CIG, contra a Porto Editora por esta ter publicados blocos de
atividades para crianças dos 4 aos 6 anos, com a particularidade de um ser
destinado a meninos (com uma capa azul!) e outro a meninas (com uma capa rosa!).
Já antes, em abril de 2016, o Bloco de Esquerda tinha iniciado uma “intifada”
cá no burgo pela mudança de nome do Cartão de Cidadão para Cartão de Cidadania,
pelo mesmo motivo.
Uma vez que a
ideologia de género é uma ideologia situada na área da extrema-esquerda
marxista procura impor-se de forma totalitária na sociedade, aliás, a única
forma que conhece e concebe de controlo e dominação social. Devagar, contando
com a desatenção dos mais distraídos, vai conseguindo este objetivo. Quem se
recorda de anúncios televisivos passados na década de 90 e início da década
passada protagonizados por modelos como Soraia Chaves (Vodafone), Marisa Cruz
(revista Maxmen), Joana Freitas (TV Cabo) e o inesquecível anúncio das garrafas
plumas da GALP carregadas por uma modelo que despejava sensualidade feminina?
Já se perguntaram por que já não se fazem anúncios destes? O totalitarismo da
ideologia de género não os permite, da mesma maneira que também não permite
livros com atividades distintas para meninos e meninas.
A concretização
dos objetivos da ideologia de género passa necessariamente pela doutrinação dos
alunos (quanto mais novos melhor) nas escolas para a criação já do não do
clássico marxista “homem novo” mas sim da “pessoa nova”, para isso “visitas de
estudo” como a do Agrupamento de Escolas no Barreiro são imprescindíveis.
Pelo exposto,
considero que Bruno Vitorino esteve muito bem, agindo com coragem em defesa da
Democracia perante esta nova e dissimulada forma de totalitarismo.
Por Colin Mateus Marques (Diário do Distrito, 30/03/2019)
Por Colin Mateus Marques (Diário do Distrito, 30/03/2019)