domingo, 28 de junho de 2020

Intervenção na Assembleia Municipal de Palmela (26/06/2020) sobre uma saudação apresentada para o Dia do Orgulho LGBTI

Por princípio, entendo que não devemos ter orgulho ou vergonha por aquilo que não podemos escolher ou que não seja revelador dos nossos méritos, realizações ou talentos individuais e coletivos.
Todavia, neste caso [Dia do Orgulho LGBTI], abro uma exceção por entender que a forma como foi vilipendiada e humilhada a comunidade LGBTI ao longo de séculos é justificável que celebre publicamente e com orgulho a sua orientação sexual sem constrangimentos de qualquer tipo de ordem. Basta que recordemos a história recente, por exemplo, no Reino Unido – a mais antiga democracia plena europeia – a prática de atos homossexuais foi considerada crime até 1967. 
Entendo que em nenhuma sociedade contemporânea se possa considerar aceitável que uma parte dos seus membros possa ser humilhada pelos restantes. Deste modo, votarei favoravelmente a saudação apresentada, embora o faça a título individual e não em nome da Coligação Palmela Mais (PSD/CDS), uma vez que em matéria de consciência individual não deve ser imposto nenhum sentido de voto coletivo.
Tenho dito.
Colin Mateus Marques (Membro da Assembleia Municipal de Palmela eleito pela Coligação Palmela Mais)

domingo, 21 de junho de 2020

Paulo Ribeiro: um líder que se candidata

Quando olhamos para o panorama político local, sobretudo para os cargos da vereação autárquica em Palmela, o cenário é pavoroso. Um Executivo dominado pela CDU que apenas se distingue por aquela arrogância que caracteriza quem não tem qualquer ideia de governação para o concelho mas que pela ortodoxia intrínseca se considera predestinada a governar por uma alegada superioridade moral que lhes meteram na cabeça ser real. Depois temos o PS, igual a si próprio, no papel de sacristão zeloso da governação comunista, orgulhoso por contribuir para o Executivo com o vereador com pelouros mais mal preparado que é possível conceber. A compor o ramalhete está ainda o MIM, com a sua infinita boa vontade para fazer algumas coisas, que ainda não identificaram. No meio de tudo isto sobra Paulo Ribeiro, o único que destoa deste, digamos assim…, contexto.
E é sobre Paulo Ribeiro que importa deter atenção. O Vereador da Coligação PSD-CDS na Câmara Municipal de Palmela anunciou a sua candidatura à presidência da Distrital de Setúbal do Partido Social Democrata, o que configura uma excelente oportunidade para o PSD. E também para Palmela, que pode colocar um autarca local na direção de uma das mais importantes estruturas políticas do Distrito.
Paulo Ribeiro é um político com um fantástico potencial. É dotado de uma inteligência claramente acima de média da classe política, mesmo a nível nacional – basta que recordemos os debates autárquicos de 2013 e de 2017 que se concluíram com a humilhação intelectual dos seus oponentes. Tem uma capacidade raciocínio rápido que concilia com uma oratória notável, que nunca deixa de surpreender pela acutilância. 
É afável e humilde. Nunca o ouvi começar uma frase pelo pronome pessoal “eu”. É uma pessoa com quem é fácil simpatizar e confiar. Tem uma capacidade de trabalho impressionante, consegue conciliar uma carreira profissional multifacetada com as suas exigentes responsabilidades familiares e ainda com a difícil, mas dignificante, tarefa de ser a única oposição à governação comunista em Palmela.
A candidatura de Paulo Ribeiro é um reflexo do próprio candidato. Agregadora de múltiplas sensibilidades internas do Partido que consegue federar. Afirma-se pela positiva, trata com responsabilidade e respeito a candidatura do seu adversário, Pedro Filipe Tomás, com quem já afirmou publicamente contar para os desafios autárquicos que se avizinham contra os verdadeiros adversários do Partido, o PS e a CDU. Pretende unir e não dividir, como se espera de um líder. E Paulo Ribeiro é um líder, um líder que se candidata e não um candidato a líder, feliz do partido que pode contar com um líder assim.
Todavia, o sucesso ou a possibilidade de sucesso de uns resulta na inveja e no revanchismo de outros. Esse é o preço do sucesso. Que ainda se torna mais evidente quando este sucesso é público. Por isso, o exercício de cargos políticos mesmo bem-sucedido não consegue escapar ao vilipêndio, geralmente boçal.
Perante este cenário, recorro a John Wilmot para deixar um estímulo reconfortante a Paulo Ribeiro. O Conde de Rochester escreveu que “na vida há dois tipos de pessoas que nos odeiam: os estúpidos e os invejosos. Com os primeiros não nos devemos preocupar porque a determinada altura se esquecem de nos odiar. Quanto aos segundos, é diferente, estes nunca vão deixar de nos odiar.” E é com isso que Paulo Ribeiro vai ter necessariamente de aprender a viver.

Por Colin Mateus Marques in “Diário do Distrito” (13/06/2020)

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