segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

III República: uma oportunidade para a mudança

Como açoriano não posso deixar de congratular-me pela promulgação do novo Estatuto Político Administrativo dos Açores - que é um bom estatuto. Contudo, esta humilhação que Sócrates impôs ao Presidente da República era perfeitamente escusada. Os artigos (114 e 140) em causa em nada beneficiam os Açores, nem os açorianos. Por isso, o Primeiro-ministro não poderá alegar que agiu em defesa do povo dos Açores, porque isso é uma mentira. Sócrates foi apenas uma patética marioneta de Carlos César, num jogo político autonómico que ele próprio não compreende. E esta sua falta de respeito institucional para com o Presidente pode mesmo abalar irremediavelmente todo o edifício jurídico-constitucional da III República. O semi-predidencialismo e o "Estado unitário" podem muito bem ter os seus dias contados.
Todavia, desta crise resulta uma oportunidade única para mudar definitivamente todo o enquadramento político nacional: regionalização administrativa no continente, presidencialiazação do regime, municipalismo reforçado, reformulação ou criação de forças políticas, ect. O momento para a mudança é este. Um mundo de oportunidade espreita. E para os açorianos e madeirenses escancarou-se a porta da autonomia progressiva. Resta saber se os actuais políticos estão à altura do desafio. O que desconfio.

Multiculturalismo de sarjeta

O Hamas remete centenas de rockets na tentativa de aniquilar as populações civis do Sul de Israel durante vários dias seguidos e a comunicação social portuguesa branqueia, sem pudor, estas agressões selvagens típicas dos povos muçulmanos. Quem não lê atentamente os jornais nem se apercebe. Mas quando Israel se cansa e responde (com dureza, é certo) a comunicação social apresenta Israel como um país tirano, bélico e agressor. Se tivermos em conta que os portugueses são um povo geneticamente ignorante que se limita a repetir o que ouve na televisão fica-se a perceber perfeitamente porque é que os palestinianos são sempre entendidos como as vítimas e os israelitas como os agressores.
A explicação para este tipo de cobertura jornalística encontra-se no multiculturalismo, isto é, o problema de Israel é ser uma democracia liberal ocidental tal como nós. Enquanto os palestinianos são "o outro". Por isso, aos palestinianos tudo se desculpa e se encobre enquanto que aos israelitas tudo se condena e denuncia.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Preservar Guantánamo

Barack Obama, tal como John McCain, prometeu que fecharia a pérfida prisão de Guantánamo assim que fosse eleito presidente. Agora, depois de eleito, diz que “tentará” (notem o verbo “tentar”) encerrar a prisão – que a esquerda deficitária em neurónios considera a “grande vergonha da humanidade” – antes de 2011. E a razão é esta: os cerca de 250 presos de Guantánamo se forem entregues às autoridades dos seus países irão ser encarcerados em prisões que não respeitam os direitos humanos. Mas, então se Guantánamo é a pior prisão do mundo como é possível que agora se preservem lá os cativos apenas para evitar que estes sejam detidos em prisões dos países de onde são naturais e assim evitar o “desrespeito pelos direitos humanos” dessas cadeias? Existem prisões piores que Guantánamo na Arábia Saudita? No Iémen? No Paquistão ou na Síria?
Gostava de ver a extrema-esquerda em geral e a eurodeputada Ana Gomes em particular continuar a berrar pelo encerramento de Guantánamo…

A Tolerância natalícia islâmica

Enquanto, no Ocidente, os ocidentais toleram tudo (mesmo tudo) aos islâmicos, nomeadamente inúmeros atentados terroristas cometidos por imigrantes islâmicos nos países que generosamente os acolhem e os contemplam com benefícios sociais, eles demonstram toda a sua tolerância religiosa da seguinte forma: no Natal de Bagdade as mesquitas guincharam cânticos do Corão para evitar que os cristãos árabes ouvissem os sinos que chamavam para a missa do galo, numa tentativa de impedir o culto cristão já apenas reservado às mulheres uma vez que os homens ou foram assassinados ou fugiram.
Saddam Hussein era um dirigente laico que protegia os cristãos. Desde que foi deposto, em 2003, a comunidade cristã viu-se sem protecção em relação aos queridos muçulmanos e agora só restam 200 mil dos 400 mil cristãos árabes que existiam antes da ocupação norte-americana. Não muito longe, em Belém, na Palestina, a comunidade cristã passou de 10 mil para 5 mil habitantes nos últimos dez anos. Porque será? E, já agora, o que foi feito dos 50 milhões de cristãos que existiam no mundo árabe em 1945?
Porque fogem ou morrem os cristãos residentes nos países islâmicos se afinal esses fofinhos muçulmanos são tão queridos, tão meigos, tão pacíficos e tão tolerantes?

Tsunami: já passaram quatro anos

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Professores rascas

Na semana passada, um estudo da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação divulgou que 75% dos professores mudariam de profissão “se tivessem alternativa”. O mesmo estudo diz ainda que 81% rumavam à reforma “se tivesse oportunidade”. Hoje, circula um abaixo-assinado que conta com 70 000 assinaturas para que a avaliação seja suspensa (um eufemismo para designar não à avaliação).
Em relação à mudança de profissão dizer que não existe alternativa revela toda a estirpe dessa gente. Alternativa existe sempre. Não existe é fora do ministério da Educação um lugar à mesa da classe média-alta para gente que não tem valor para nada, como a maioria desses professores rascas. Fora do Estado todos, duma maneira ou de outra, são avaliados e só os bons vingam. Os outros fracassam. E muitos dos que são hoje professores são-no apenas porque foi esta a maneira mais fácil que conseguiram para ter um emprego seguro, com um ordenado que jamais iriam obter fora do Estado. Por isso não existe “alternativa”.
E a falta de “oportunidade” para a reforma revela somente o gosto pelo trabalho que é comum a todos os profissionais rascas. Enquanto as assinaturas são o “torresmo da agonia” de quem já percebeu que a vida fácil sem avaliações e com progressões automáticas na carreira terminou. E terminou para sempre. Tal como um porco despeja o último dejecto antes de lhe ser retirada a vida, também os professores rascas despejam uma última assinatura, não pela vida, mas pela vida fácil. E ainda há gente que acredita que os professores querem realmente ser avaliados...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Liberdade (Cecília Meireles)

"Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda."

Cecília Meireles in Romanceira da Inconfidência

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Escrito com Cabeça (19)

«O português acha sempre que o país se divide entre "eles" - os políticos - e "nós", os eleitores. E que "nós" somos infinitamente melhores, mais puros e mais honestos do que "eles" - os quais, sem excepção, só vão para a política para se servirem e não para servirem o país. O português comum, em auto-retrato, é um cidadão exemplar: trabalha que se desunha, nunca faz ronha nem mete falsas baixas, não aldraba o patrão nem os vizinhos, não esconde um euro dos impostos, preocupa-se com a comunidade, pensa sempre primeiro nos interesses do país antes de pensar nos seus próprios. Mas, desgraçadamente, é servido por políticos que são o oposto disto. Por isso, não está "satisfeito" com a democracia.»
Miguel Sousa Tavares no Espresso (14-12-2008)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Fazer o que o dono manda

Jaime Gama vai fazer o que o dono lhe mandou: aprovar o Estatuto Político Administrativo dos Açores por maioria simples. Isto quer dizer que o Estatuto seria aprovado na Assembleia da República de qualquer maneira; e que as anteriores maiorias qualificadas requeridas foram pura hipocrisia política. Uma coisa o PS sabe fazer bem quando está no poder: dominar todo o aparelho do Estado por intermédio da colocação de fiéis nos principais cargos. Mas, compreendo Jaime Gama, os lugares mantêm-se não por princípios, mas pela fidelidade ao dono. Afinal de contas, Jaime Gama só é Presidente da AR por que Sócrates quer. E para que continue a querer há que acatar o que ele manda. Calado, de preferência.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

No país de Chávez respeitam-se assim os Direitos Humanos

Assim se trata um detido no país de Chávez, muito querido da nossa esquerda. O regime e a personalidade de Chávez encantam muita gente como Mário Soares, Manuel Alegre, Louçã e restante turba. Espero que também o tenha encantado a si.

O Parlamento segundo Barreto

Público (14-12-2008)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Será possível?

Será possível que um candidato a líder de um partido não se consiga sequer eleger delegado para o congresso em que, supostamente, irá disputar (ou, pelo menos, apresentar uma moção de estratégia) a liderança desse partido?
É. Nobre Guedes não conseguiu ser sequer eleito delegado para o congresso do CDS.
É a humilhação total dum político e das suas aspirações – certamente tidas por patéticas pelos militantes centristas. Também, quem apresenta uma moção intitulada “Audácia da Mudança” (um trocadilho que junta metade do título do livro de Obama com o seu slogan de campanha) cuja principal proposta que apresenta é o estabelecimento de uma “Grande Coligação” que agrupe PS, PSD e, vejam aquela cabeça, CDS (!?) o que é que se poderia esperar…

André Freire apaixonado

Ontem, estive a ver André Freire no Jornal 2, e verifiquei que o homem está completamente apaixonado pelas “esquerdas”. Emocionado, mostra-se perplexo por: “nunca as “esquerdas” terem governado Portugal”. Não é bem assim.
Realmente, as “esquerdas” não governaram durante o Estado Novo, nem depois do “25 de Abril” por eleições democráticas. Mas governaram toda a I República com uma performance tão horrível que obrigaram os portugueses a viver 48 anos de ditadura. Portanto, as “esquerdas” foram responsáveis pelo pior e mais vergonhoso período político da história de Portugal: a I República. E, já depois de “Abril”, o PREC e o Vasco Gonçalves relembraram muito bem o que são essas “esquerdas” no poder. Gabo a frontalidade com que André Freire veste a farda da extrema-esquerda de Alegre e Louça. Mas acho que já chegou de massacre político, económico, social e cultural dessas “esquerdas” em Portugal e no planeta, por favor.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Cisão? Não.

Os jornais, sempre ávidos de notícias que prejudiquem o PSD, falam em “cisão” no partido devido ao Estatuto Político Administrativo (EPA) dos Açores. O delírio destes jornalistas vai mesmo ao ponto de colocar em causa o apoio do PSD para a reeleição de Cavaco Silva. Tudo isto porque Mota Amaral, Berta Cabral e restantes sociais-democratas açorianos acham que o partido deve aprovar novamente o EPA, na próxima sexta-feira, contra a vontade do Presidente da República.
O PSD-Açores não se vai separar do PSD. Portugal não é a Alemanha e os Açores não são a Baviera, por isso o modelo CSU bávara no interior da CDU germânica não faz sentido nenhum em Portugal, onde partidos regionais pura e simplesmente não funcionam, nem sequer nas regiões autónomas, e o eleitorado açoriano nunca iria perceber essa patética hipótese de “cisão” apenas à escala dos Açores e muito dificilmente mudariam o seu sentido de voto para uma nova força política de centro-direita das ilhas. Basta encomendar um estudo a uma empresa de sondagens para confirmar isso. E se não fez sentido em 1975, não é certamente em 2008 que passaria a fazer. Aliás, se fosse possível Alberto João Jardim, na Madeira, já o teria feito há muito tempo.
É obvio que o PSD nos Açores, seguindo a sua tradição autonómica, terá que se colocar ao lado de Carlos César. O contrário, isto é, apoiar o PR, seria um erro tremendo. Seria a negação da tradição autonomista do partido no arquipélago. E quando um partido político de centro-direita rompe com as suas tradições (e logo com a mais importante) decreta a sua própria morte.
O problema, no meu entender e em benefício do partido, pode ser resolvido da seguinte maneira: Ferreira Leite manda os deputados do PSD aparecerem na Assembleia da República e votar contra a aprovação do EPA, mas Berta Cabral, Mota Amaral e acólitos fazem uma ou mais conferências de imprensa a manifestar o seu apoio à aprovação do EPA, escrevem uns artigos sonantes para os jornais, dão umas entrevistas ou prestam umas declarações de indignação para com Cavaco Silva à televisão e às rádios açorianas e assim ilibam-se junto do eleitorado dos Açores e protegem-se das investidas de César - que está inquieto por acusar os políticos dos PSD-Açores de defenderem primeiro os interesses do partido e só depois os interesses dos Açores. Depois explicam a Manuela Ferreira Leite que os dois deputados do PSD eleitos pelos Açores terão que votar a favor do Estatuto e fazem novamente os mesmos exercícios comunicativos declarando, com pompa, que “tudo fizeram para o EPA fosse aprovado”. Depois esperam, com a consciência tranquila, que o tempo e o silêncio façam esquecer o assunto. E tudo acaba bem para o PSD e para o PSD-Açores. É assim que se faz política, tanto aqui como no resto do planeta.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Escrito com Cabeça (18)

«Se por liberalismo se entende a doutrina que defende a liberdade e a responsabilidade pessoal na orientação da vida de cada um, a liberdade de iniciativa empresarial privada, a crença na concorrência e na economia de mercado como forma privilegiada de desenvolvimento económico e a noção de um Estado que garante condições de vida dignas a todos os cidadãos e o acesso a serviços sociais e a igualdade de oportunidades com um papel não monopolista na produção desses mesmos serviços então, “lamento”, caro leitor, não vejo na crise actual motivos suficientes para decretar o fim do liberalismo.»
António Pires de Lima no Expresso (8-11-2008)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Escrito com Cabeça (17)

«Como toda a gente já compreendeu, porque os representantes dos professores fizeram questão de explicar, a questão não é esta avaliação, mas qualquer avaliação, seja qual for o modelo, que tenha como princípio diferenciar os professores. Os líderes da resistência à avaliação tem uma ideia do que deve ser a classe profissional que dizem representar: uma massa igualitária e anónima, onde ninguém se distingue e ninguém é responsabilizado pelo resultado do seu trabalho.»
Rui Ramos no Público (10-12-2008)

domingo, 7 de dezembro de 2008

Liberal do Corisco

"Podemos escolher recuar em direcção à segurança ou avançar em direcção ao crescimento. A opção pelo crescimento tem que ser feita repetidas vezes. E o medo tem que ser superado a cada momento." Abraham Maslow.

sábado, 6 de dezembro de 2008

O Benfica é o Clube do Estado

A RTP continua, com despudor, a dar prioridade às transmissões de jogos de futebol do Benfica. Jogos do FCP para a Liga apenas na Sportv. A propósito, excluindo a Liga dos Campeões, qual foi o último jogo do FCP transmitido no canal público? E eu que pensei que este ano, com a mudança dos direitos de transmissão de jogos da TVI para a RTP, as coisas fossem diferentes, ou seja, mais equilibradas no que toca aos privilégios de mediatismo reservados ao Benfica, enganei-me. O Benfica é o Clube do Estado e mais nada. Só assim se percebe este “serviço público” da RTP que, em teoria, não seria movido apenas pelo critério das audiências.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ferreira Leite "entrevistada" por RAP

Engenheiro?

Constança Cunha e Sá chamou “engenheiro” a Carlos César. E chamou mais do que uma vez, no seu artigo de quinta-feira no Público. Cara Constança, Carlos César não é engenheiro nem doutor ou arquitecto. Carlos César apenas cursou, sem sucesso, Direito em Lisboa. E, ao contrário de Sócrates, também não arranjou, sem grandeza, um diploma manhoso de engenheiro numa manhosa universidade como a Independente, felizmente encerrada. Por isso, cara Constança, atenção na atribuição de títulos a quem não teve mérito para os obter.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Miserável Bloco

Até agora só o Bloco de Esquerda garantiu que vai votar ao lado do PS na aprovação do Estatuto Político Administrativo dos Açores. Porquê? Unicamente para atacar Cavaco. A gente que compõe o BE, ou que nele se vê representada, pura e simplesmente não aceita um Presidente da República vindo da área da direita. É a intolerância típica da extrema-esquerda. E também o ódio doentio a todos cujo pensamento difere daquele que o BE preconiza. Gente miserável que odeia a democracia é assim.

A capital do corisco

Ponta Delgada

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A hora de Jaime Gama

Jaime Gama que exigiu que o Estatuto Político Administrativo dos Açores fosse aprovado por maioria qualificada (2/3 dos deputados) agora não pode fazer aprovar esse mesmo estatuto, que não foi alterado “nem um linha” por maioria simples – como quer José Sócrates para satisfazer o capricho de Carlos César. Esta é a hora da verdade para Jaime Gama porque em causa está a subordinação do poder legislativo ao poder executivo, ou seja a maior responsabilidade que um presidente da AR pode ter. Contudo, não é fácil ser recto numa questão destas: Jaime Gama nunca foi um fervoroso autonomista, mas é açoriano e parente de Carlos César.

As independências regionais dentro dum “Estado unitário”

A decisão do PS em manter a redacção do Estatuto Político-Administrativo dos Açores sem qualquer alteração revela que José Sócrates prefere comprar uma guerra com o Presidente da República do que afrontar o presidente do Governo Regional dos Açores. E passa, com a ajuda da imprensa, por um político “corajoso” quando não se consegue sequer impor perante um seu subalterno partidário como Carlos César – que nem sequer é uma versão açoriana do Alberto João Jardim.
Isto leva-me a uma dúvida: os líderes nacionais dos principais partidos portugueses mandam nas delegações regionais dos Açores e da Madeira dos seus próprios partidos? Sócrates manda em César? Guterres mandou em César? Algum líder do PSD manda ou mandou em Jardim? E, já agora, isto é normal num “Estado unitário”, como diz no artigo 6 da Constituição da República Portuguesa?

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Os professores avaliados pelos Gato Fedorento

Para um professor que não quer ser avaliado este vídeo deve ser de puro humor negro. Afinal só a utilização da palavra "avaliação" já aterroriza.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O 1 de Dezembro no imaginário nacionalista

Portugal nunca, em nenhum momento, fez parte de Espanha. E a Ibéria, enquanto entidade política, também nunca existiu – a não ser na cabeça do José Saramago. O período que vai de 1580 a 1640 foi apenas uma época em que os reis de Portugal também eram reis de Espanha (a Dinastia Filipina) – coisa muito comum à época. Portugal e Espanha foram sempre duas realidades políticas distintas e diferenciadas, mas com um soberano comum. Por isso hoje não se celebra o Dia da Independência como por ai erradamente se diz. Celebra-se o Dia da Restauração. O dia da restauração duma dinastia reinante unicamente portuguesa e não luso-espanhola como a dinastia filipina. Tudo o resto é fruto do imaginário nacionalista do Estado Novo, que apesar de ter durado somente 48 anos deixou marcas que irão durar muito mais de 48 anos para serem ultrapassadas.

E a porca comunista torceu o rabo

A extrema-esquerda vive tempos de penúria. O PCP (que representa a esquerda que trabalha) utilizou o seu congresso para se demarcar da esquerda caviar (que representa quem não gosta de trabalhar, ou seja o funcionário que não gosta de ser avaliado, além dos interesses dos jovens beneficiários do rendimento de inserção social, entre outros chulos de Estado). A união da extrema-esquerda ficou-se pelas ambiciosas intenções de Manuel Alegre e de Francisco Louçã.
O PCP espera capitalizar o voto dos descontentes sozinho. O que se compreende perfeitamente. Então, depois de 3 anos a fazer “oposição de rua” através das centrais sindicais e dos sindicatos (como a SGTP e a Fenprof) controlados pelo PCP é de esperar recolher os frutos dessa aposta e não reparti-los com outros.
Mas, não foi apenas a vontade de capitalizar sozinho os protestos da rua que liquidou essa união da extrema-esquerda. Paradoxalmente, foi Manuel Alegre quem deitou por terra um eventual acordo que viesse a consumar essa união através dos seus apelos à construção dum novo “paradigma”. Foi ai que a porca comunista torceu o rabo. O PCP tem o seu “paradigma”: o marxismo-leninismo. E não quer, nem precisa de outro.

Gravado na Rocha

"Na guerra: determinação; na derrota: resistência; na vitória magnanimidade; na paz: boa vontade." Winston Churchill.

Vos estis sal terra |

 Vos estis sal terra | "I Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porq...