sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Eleições EUA: a escolha do “meu” candidato

Sobre as eleições norte-americanas nunca me pronunciei de forma clara, ou seja, nunca assumi a escolha do “meu” candidato – o que é raro acontecer, porque em Portugal e na Europa as minhas escolhas são bem mais simples. Mas, como nos EUA tudo é direita (chamar socialista a um americano é um insulto) nem sempre para mim é fácil a escolha entre republicanos e democratas, embora prefira os republicanos porque tive a minha infância marcada pela extraordinária presidência de Ronald Reagan.
Mas a razão de não ter escolhido um dos dois candidatos deve-se ao facto de estar, desde as primárias de ambos os partidos, divido entre os dois candidatos. Queria que McCain vencesse no Partido Republicano e venceu. Queria, ainda mais, que Obama derrota-se Clinton no Partido Democrata e assim aconteceu. Mas quando a escolha ficou entre McCain e Obama a coisa complicou-se.
Gosto de McCain. É, em si mesmo, um exemplo de bravura, coragem e resistência. E nem mesmo os seus 72 anos resultam em impedimento para tentar alcançar o sonho de toda a sua vida: a presidência dos EUA. Já sigo o senador do Arizona desde as directas republicanas de 2000 que infelizmente perdeu, para desgosto meu na altura, com G. W. Bush. Desde então, observei a sua actuação no senado e não raras vezes gabei-lhe a independência partidária e a fidelidade aos princípios que convictamente acredita. McCain é o que é. Não é um político falso, cínico e mentiroso como tantos outros. É sincero e essa sinceridade inspira confiança. A presidência dos EUA seria o final perfeito de uma vida singular como a do vigoroso ex-prisioneiro de guerra do Vietname.
Barack Obama é a história de sucesso por excelência para mim. Tudo o que Obama é deve em primeiro lugar aos estudos. Aluno brilhante formado na Universidade de Harvard e professor na de Chicago tornou-se num advogado brilhante e num político sagaz pelo seu próprio mérito e trabalho. É a personificação valores do liberalismo: mérito mais trabalho igual a sucesso. Se Obama for eleito presidente é a mais perfeita demonstração de que nos EUA – símbolo máximo da liberdade para toda a humanidade que admite que um candidato chamado Hussein, filho dum muçulmano, possa ser presidente oito anos depois de sofrer um ataque atroz como o do 11 de Setembro – todo o cidadão independentemente das suas origens humildes ou exóticas pode chegar à presidência se tiver talento e competência para isso. E esta mensagem ecoaria com estrondo em todo o planeta. Faria que as pessoas, especialmente as talentosas, trabalhadoras e competentes acreditassem mais em si mesmas.
Se fosse um burro racista ou um estúpido preconceituoso tinha em consideração a raça do candidato. Como não sou e não faço distinção entre brancos, pretos, amarelos ou cafés com natas não tenho, ao contrário da esmagadora maioria dos portugueses, a escolha do “meu” candidato facilitada por critérios de raça como sucede entre a “claque” portuguesa que “apoia” Obama.
Agradeço a Deus não ser americano, porque, mesmo completamente enterrado em informações sobre a vida de ambos os candidatos que me permitiram formar racionalmente uma opinião sobre cada um, ainda não sei em quem votaria.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Está portanto na cara...

“O rosto é uma fonte imensamente rica de informações a respeito de emoções. Na verdade ele faz uma afirmação ainda mais ousada – vital para a compreensão de como funciona a leitura de mentes – que as informações no nosso rosto não constituem apenas um sinal do que está acontecendo em nossa mente. Em certo sentido, elas são o que está acontecendo na nossa mente.” Malcolm Gladwell in "Blink".

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Eu quero os professores avaliados já este ano!

Sobre o fim dos chumbos, os professores não mugem nem tugem como sempre, mesmo quando vêm a sua autoridade castrada: que aluno vai respeitar um professor que não o pode chumbar?
Os professores só pensam em dinheiro. E por isso estão exclusivamente preocupados em “suspender imediatamente” a avaliação do seu desempenho. Porque não querem nem por nada ser avaliados e ainda mais se essa avaliação determinar subidas de escalão de vencimentos. Já são vários milhares os que pediram a sua pré-reforma para evitarem serem avaliados uma só vez na vida. Por isso, além de não permitir o fim do chumbo, como parece ser a intenção do secretário de Estado Valter Lemos, o ministério da Educação enfrenta outro desafio que exige coragem: introduzir definitivamente e para sempre a avaliação pelo desempenho dos professores. Eles vão berrar e guinchar mas depois vão calar-se para assim manterem o emprego, uma vez que a esmagadora maioria dos professores sabe que só podem desfrutar do seu actual nível de vida sendo professores. E só há uma coisa que um professor tem mais medo do que ser avaliado: ficar desempregado e rumar à caixa dum hipermercado ou à secretária dum call center. Por isso, o ministério da Educação tem todas as condições para não ceder na “suspensão imediata” da avaliação, como pretendem os professores, que só podem berrar o guinchar dentro do limite que lhes assegura manter o emprego, ou seja, pouco ou nada porque os portugueses na sua imensa maioria querem ver os professores dos seus filhos a serem avaliados para uma saudável diferenciação pelo mérito entre a classe docente. E o governo sabe disso.

CNE quer construir a sua sociedade socialista a partir da escola

O Conselho Nacional de Educação (CNE) resolver dar um passo significativo rumo à sociedade socialista que todos os seus membros desejam e procuram edificar pedindo ao ministério da Educação o fim dos chumbos. Nuno Crato afirmou, na SIC, com a sua habitual inteligência, que: “isso apenas vai fazer com que quem não sabe também passe.” Nada mais certo. Mas esse argumento não colhe preocupações junto dos membros “especialistas” em Educação, todos de esquerda, militantes ou simpatizantes marxistas, do CNE. Bem pelo contrário: dá-lhes ânimo para continuarem o seu PREC na Educação em Portugal.
Essa gente do CNE pretende apenas com o fim dos chumbos evitar que se formem elites. Isto é, que alguns alunos se distingam pelo trabalho e pelo mérito de outros alunos que não se esforçam nem ambicionam o que quer que seja. Se a demência educativa do ministério da Educação decidir acolher essa proposta estúpida do CNE daqui em diante os pais já não poderão voltar a se congratular, geralmente em público, de: “o meu filho nunca chumbou”, porque qualquer aluno malandro e imbecil também poderá alegar o mesmo. É o fim da saudável diferenciação pelo esforço, trabalho e pelo mérito na escola em benefício da igualdade naturalmente pautada pela mediocridade: estudar para quê se se passa na mesma? Assim todos os alunos serão mais “iguais”. E a sociedade mais socialista.

domingo, 26 de outubro de 2008

Nobre Guedes é o Morais Sarmento do CDS

Luís Nobre Guedes é um político com uma agenda pessoal ambiciosa: deseja liderar o CDS. Mas para isso precisa primeiro de arranjar maneira de retirar Paulo Portas da liderança. O que não é nada fácil. E não é nada fácil porque Portas tem um capital político superior ao do próprio partido e Nobre Guedes não vale nada fora do CDS. Aliás, Nobre Guedes eleitoralmente não vale nada. E se não está no parlamento é por não valer nada quando foi a votos não se conseguindo eleger deputado por Coimbra, apesar de ser cabeça de lista e depois de estupidamente ter apelado aos habitantes da cidade e do distrito para, vejam só, “não permitirem a entrada dos candidatos socialistas durante a campanha em Coimbra”! Contudo, as pessoas não só receberam efusivamente os candidatos socialistas como garantiram uma votação histórica ao PS. E esqueceram-se de Nobre Guedes não lhe possibilitando a eleição para deputado.
Além de não valer nada eleitoralmente e por isso mesmo não se candidatou a Lisboa nas intercalares onde teria uma votação idêntica ou ainda pior do que teve Telmo Correia, Nobre Guedes tem outro problema que sempre o irá perseguir: o “caso dos sobreiros”. Que fustigaria a sua liderança como o “caso Moderna” fustigou a de Portas quando esteve no governo. Recorde-se que a extrema-esquerda e o PS, que quando está na oposição se comporta como se fosse um partido de extrema-esquerda, exigiram a demissão de Paulo Portas de ministro de Defesa por ter sido chamado a depor sobre aquele processo na qualidade de testemunha!
Só Portas pode evitar que o CDS desapareça e o seu eleitorado engrosse o do PSD. Ninguém mais no CDS tem capital político para fazer sobreviver eleitoralmente o partido e Guedes não existe politicamente fora dele. Nobre Guedes é o Morais Sarmento do CDS: vaidoso e com uma auto-estima sobrevalorizada julga-se mais do que aquilo que politicamente vale. Por isso, tal como Morais Sarmento no PSD, é ridícula a sua pretensão de liderar o partido.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

As legislativas açorianas por partido

O PS e Carlos César são os grandes vencedores. Contudo, a vitória ficou aquém das elevadas expectativas dos socialistas açorianos em geral e do seu líder em particular. César queria uma grande vitória para terminar em beleza esta sua última candidatura a presidente dos Açores. Não consegui, e ficou visivelmente abatido por isso. Tendo em conta que o PSD aparecia com um líder fraco, César pensou erradamente que iria esmagá-lo com veemência. Mas isso não aconteceu, ou melhor, não aconteceu nas proporções que pretendia. E ainda perdeu 15 mil votos em relação a 2004 e um deputado. A sua maioria parlamentar não é tão segura como isso: uma cisão de somente quatro deputados que decidam passar a independentes origina a perda dessa maioria. César encontra-se assim refém do seu grupo parlamentar. O que pode não constituir problema se tivermos em conta o historial de subserviência total dos deputados socialistas ao seu líder. Mas o que tramou César foi a abstenção. Muitos não votaram porque sabiam que a vitória de Carlos César não estava sequer em jogo. Além da abstenção o outro problema do PS-Açores foi a desnecessidade do voto útil. Muitos açorianos de esquerda puderam entregar, com emoção, o seu voto ao BE e à CDU sem que isso pudesse contribuir para que a direita vencesse as eleições.

O PSD manteve a cabeça erguida. Com um líder fraco como Costa Neves, que nem sequer se deu ao trabalho de tentar demonstrar que estava realmente a disputar eleições para ganhar, não foi cilindrado como se previa. Com menos de 20% dos votos que o PS e menos um deputado do que em 2004, o PSD teve a sua pior derrota de sempre nos Açores e em S. Miguel. Mesmo assim, os sociais-democratas açorianos saíram com uma sensação de alívio. Não foram totalmente esmagados e não devem voltar a defrontar Carlos César no futuro. Mas a abstenção pode ter ajudado suavisar esta derrota. Costa Neves, honra lhe seja feita, teve grandeza na maneira como abandonou a liderança. E continua com capital político para, por exemplo, recuperar a Câmara da Angra do Heroísmo para o PSD já nas próximas autárquicas.

O CDS é o pequeno grande vencedor. Apesar do seu líder, Artur Lima, se ter revelado um brilhante parlamentar na última legislatura muito deste sucesso eleitoral é devido a Paulo Portas que voltou a ser ele próprio e arrancou milhares de votos um pouco por todas as ilhas dos Açores. Sem Portas o resultado nunca seria este. O líder nacional do CDS matou dois coelhos duma cajadada: ajudou o CDS-Açores a ter a sua melhor prestação de sempre consubstanciada pelo maior grupo parlamentar (com 5 deputados eleitos) que este partido teve em toda a sua história nos Açores; e Portas ainda transformou estas eleições num excelente balão de oxigénio para os difíceis combates eleitorais que irá disputar no próximo ano. Depois dos desastres nas eleições intercalares de Lisboa e na Madeira, Paulo Portas mostra mais uma vez que continua o “animal político” de sempre.

O Bloco de Esquerda congregou uma parte significativa do voto urbano de S. Miguel e da Terceira para através do círculo de compensação eleger dois deputados. É o segundo pequeno vencedor. Beneficiou da falta de necessidade do voto útil à esquerda e sacou uns milhares de votos ao PS. O eleitorado açoriano possuiu características favoráveis ao crescimento do BE nas ilhas: Ponta Delgada e Angra são cidades bastante urbanas com imensos funcionários públicos de competência mediana, jovens ignorantes, pobres letrados e uma vasta gama de pessoas subsídio dependentes – o seu eleitorado natural, que agora começa a captar.

A CDU voltou ao Parlamento. Mas foi uma vitória amarga porque se viu ultrapassada pelo BE como quarta força da região. O eleitorado da CDU é pequeno, mas fiel. Não foram captados novos eleitores, apenas mantidos os de sempre. A diferença entre o sucesso de 2008 e o fracasso de 2004 reside na existência do círculo de compensação.

Quanto aos outros, o PPM chega à ALRA com um deputado no Corvo por 75 votos. Mas já é uma força com acento parlamentar. É também um dos pequenos grandes vencedores. O mesmo não se pode dizer do MPT que foi outro grande derrotado e também defraudou as expectativas. Tinha um excelente candidato a deputado, mas o facto de concorrer apenas em uma ilha fez com que não conseguisse aproveitar a boleia do círculo de compensação. Por fim, o PDA mantém a seu histórico de mediocridade eleitoral inabalável. Este partido nacionalista açoriano devia reflectir seriamente sobre a sua razão de existir.

domingo, 19 de outubro de 2008

Eleições ALRA 2008 (resultados finais)

  • PS: 45.070 votos (49,96%), 30 Mandatos.
    PSD: 27.309 votos (30,27%), 18 Mandatos.
    CDS-PP: 7853 votos (8,70%), 5 Mandatos.
    BE: 2976 votos (3,30%), 2 Mandatos.
    PCP-PEV: 2831 votos (3,14%), 1 Mandato.
    MPT: 684 votos (0,76%).
    PPM: 424 votos (0,47%), 1 Mandato.
    PDA: 619 votos (0,69%).

    Inscritos: 192.956
    Votantes: 90.221 (46,76%)
    Abstenção: 102.735 (53,24%)
    Brancos: 1695 (1,88%)
    Nulos: 760 (0,84%)

O resultado do multiculturalismo

A França, a começar pelo Eliseu, está estupefacta por “A Marselhesa” ser vaiada em jogos de futebol como aquele que opôs a selecção francesa à da Tunísia. O que não se percebe é a surpresa. Explico: os vaiadores são “jovens” islâmicos emigrantes de 2º geração que com os franceses normais apenas partilham os mesmos benefícios sociais: saúde e educação quase gratuita, habitação social e subsídios diversos para não trabalhar. E não trabalham. Os comentadores e jornalistas de esquerda dizem que não trabalham porque são discriminados no mundo do trabalho. Mas, quem possui dois neurónios, olha para esses “jovens” e vê gente que não quer nem sabe ou quer saber trabalho nenhum. Os próprios não procuram trabalho algum. Nem precisam. O Estado garante-lhes uma existência de mediocridade à custa de casa social e subsídios sociais suficientes para trabalhar poder ser uma opção. Entre trabalhar numa fábrica por qualquer coisa como 700 euros/mês; e estar em casa e receber cerca de 580 euros/mês a escolha recai, obviamente, sobre a segunda opção.
Os “jovens” de 2º geração, nascidos num ambiente de facilitismo (consubstanciado na escola pública “moderna” e numa diversa panóplia de subsídios diversos) protegido por teorias estúpidas da discriminação e xenofobia da extrema-esquerda, não sabem sequer vagamente a noção de deveres seja de que espécie for. E estes “jovens” conservam a segurança das regalias sociais que usufruem através da pressão violenta (carros e casas queimados com um ou outro judeu assassinado) que exercem sobre o Estado francês. Que cede, adiando o problema. O problema é o resultado do multiculturalismo. Os cinco milhões de emigrantes islâmicos das antigas colónias não são franceses. Nunca serão. Detestam França. Só aceitam cheques e casas sociais do Estado francês. Mas nada que implique esforço escolar ou laboral. E não gostam que os insultem com propostas de trabalho ou de obtenção de escolaridade ou de qualquer tipo de regras porque têm “Direitos”, o direito de não trabalhar e viver sobre o manto diáfano do culto do “outro” que tanto estimula a extrema-esquerda como incrivelmente incentiva a passividade dos liberais e dos conservadores sobre o assunto. Assim continuamos a adiar os problemas, a adiar, a adiar…

O poder do "senhor comunicação"

Pacheco Pereira é muito provavelmente o “senhor comunicação” em Portugal. Escreve no jornal Público, na revista Sábado e nos seus blogues Abrupto e Estudos sobre o Comunismo, participa no programa Quadratura do Círculo na SIC Notícias e ainda colabora no Rádio Clube Português. Ele próprio tem consciência do poder que toda essa participação na comunicação social lhe possibilita e, numa entrevista recente ao DN, afirmou que o Abrupto lhe confere “mais poder do que ser secretário de estado ou ministro”.
O modo como se insurgiu (disse que “seria um péssimo sinal de que o PSD não teria dignidade face a si próprio” ao lado de António Costa, ferindo de morte essa candidatura junto do candidato socialista) contra a pretensão de Santana Lopes a Lisboa fez estalar o verniz da tentativa da criação duma falsa unanimidade em torno dessa candidatura. Se Pacheco Pereira não se tivesse pronunciado Santana surgia como natural candidato à câmara da capital. Agora já não vai ser tão fácil. Pacheco Pereira colocou Manuela Ferreira Leite no gume da navalha: ou apoia Santana e perde credibilidade e apoios internos, ou veta Santana fazendo dele uma vítima e coloca o PSD em estado de “guerra civil”.
A solução que Ferreira Leite deverá adoptar será a de apoiar discretamente e à distância a candidatura de Santana Lopes, porque com uma distrital da dimensão da de Lisboa unida (29 em 31 votos possíveis) no seu apoio ao “menino-guerreiro” não existe outra solução. O populismo está tão enraizado no partido que já não é possível a nenhum líder acabar com ele, apenas negociar com ele. Aliás, a liderança de Manuela Ferreira Leite nem sequer tem força para impor um candidato que não seja Santana Lopes. E assim continua o PSD nesta sua luta pela ética e credibilidade contra o populismo. Todavia, tenho dúvidas se a ética e credibilidade fazem mais parte do “código genético” do PSD do que o populismo.

PS – Marcelo Rebelo de Sousa depois de lançar (na RTP) a candidatura da Santana Lopes agora (no Sol) manifesta-se contra ela na sua habitual incoerência. Mas agora é tarde para isso. Depois de plantar a semente, pretende agora cortar a planta antes que esta se desenvolva. Marcelo é um péssimo estratega político, e aquele seu estilo de “comunicação popular” afasta-o do papel de “ideólogo” que não é nem nunca poderá ser devido à sua versatilidade política que faz com que cavalgue as ondas para onde quer que seja que os ventos as encaminham. Pacheco Pereira merece respeito pelas suas posições. Marcelo Rebelo de Sousa não.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Desculpa ter duvidado de ti

Pacheco Pereira agindo de modo implacável já se demarcou da eventual candidatura de Santana Lopes à capital. Foi igual a si próprio. Ninguém o pode acusar de incoerência nem de desonestidade intelectual.

Santana Lopes: o problema de todos os líderes do PSD

Pedro Santana Lopes é e sempre foi uma pedra incómoda no sapato de todos os líderes do PSD, desde Cavaco Silva. Depois de entalar Menezes impondo-se com líder parlamentar agora entala Ferreira Leite impondo-se (com a ajuda da distrital de Lisboa) como candidato à câmara da capital.
O desconforto de Manuela Ferreira Leite é mais do que evidente – como tão bem se viu ontem na reunião da comissão política nacional. Se a líder Manuela decidir apoiar Santana cede ao populismo. Mesmo que tacticamente cede. Ainda para mais quando possui um nome sério, competente, inteligente, ponderado e responsável para encetar um candidatura promissora à Câmara de Lisboa: Paula Teixeira da Cruz.
Mas o que me incomoda é o silêncio cúmplice desta inegável cedência ao populismo de pessoas como José Pacheco Pereira que tanto se bateram contra aquilo que agora apoiam com a mudez. Pacheco Pereira, Marcelo e outros pensam que o PSD nunca ganhará Lisboa e para marcar uma presença condigna com o histórico das performances eleitorais do partido Santana serve perfeitamente. Grande erro. Se esta direcção apoiar a candidatura de Santana fica para sempre ligada ao santanismo. E nesse sentido não acrescenta nada de novo ao PSD. Pior: se Santana vence, torna-se líder por inerência do partido porque a autarquia lisboeta é o mais importante cargo que o partido detém a nível nacional – excluindo, claro, a Presidência da República, pela natureza do cargo e do detentor. Se Santana alcança um resultado honroso (uma derrota escassa, p. e.) adquire um preponderância dentro do PSD que eclipsará a já de si apagada liderança de Ferreira Leite. E tanto Pacheco Pereira como Marcelo Rebelo de Sousa serão cúmplices duma nova ascensão de Santana Lopes. Fica registado, para posterior apuramento de responsabilidades.
Por outro lado se Ferreira Leite não apoiar Santana será acusada de “partir as pernas” do “menino-guerreiro”, principalmente se o candidato/a que apoiar tiver uma derrota do tipo daquela que Fernando Negrão teve nas eleições intercalares. Ferreira Leite está perante o problema de: “se ficar o bico pega, se fugir o bicho come”. E esse será o problema que estará reservado a todos os líderes do partido que conta com um político como Pedro Santana Lopes a “andar por ai”.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O que faltou foi a grandeza de saber perder

Carlos Costa Neves é o rosto da derrota eleitoral, mesmo antes das eleições que são, felizmente para o PSD-Açores, já no próximo domingo. Que venha a derrota (pesada é certo) para o PSD tentar voltar a se reerguer sem Costa Neves. Do líder açoriano apenas fica a sua triste imagem de mau perder (já recorre ao insulto pessoal contra Carlos César) e o seu estilo cansado, maçado e irritado. Pode haver grandeza na derrota. E foi isso que faltou a Costa Neves: grandeza.

domingo, 12 de outubro de 2008

Sobre repastos em Matosinhos

Será normal que presidentes de importantes empresas públicas do Norte na área dos transportes, como o STCP e a Metro do Porto (sim, Ricardo Fonseca esteve presente) participem num jantar comício do PS, em Matosinhos, para ajudar Guilherme Pinto na sua luta contra Narciso Miranda?
A resposta é simples: não. Os gestores de importantes empresas públicas não se devem imiscuir em lutas partidárias. Assim apostam num cavalo. E a derrota desse cavalo pode trazer problemas, nomeadamente de manutenção do cargo e não só, para esses gestores. E por causa dessas apostas colocam escusadamente a estabilidade das empresas em jogo. O que, em última análise, revela pouco profissionalismo, mas muito “tachismo”.

Escrito com Cabeça (16)

«A propaganda do Governo, na área da educação, pretende não só esconder a falência da sua pseudo-reforma, em que o insucesso está dissimulado pelo facilitismo, como também canalizar para áreas fictícias o descontentamento e desmotivação dos professores. Acena-se com tecnologia de ponta para a educação portuguesa, mas a iliteracia continua a alastrar, ameaçando a salubridade educacional do País.»

Carlos Alberto Chagas (Secretário-geral da FENEI/SINDEP) no DN (11-10-2008)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sócrates energia negativa

Vendem computadores "Magalhães" a bom preço

Consta-se no Porto, isto é, nos cafés, tabacarias, transportes públicos, ect., com várias fontes do povo que nos Bairros do Aleixo e do Cerco vendem-se computadores “Magalhães” a bom preço – conforme o nível de dependência do álcool ou de drogas do vendedor.
Se o objectivo do Ministério da Educação foi relançar a economia paralela através do “choque tecnológico” conseguiu. Agora os habituais “clientes” frequentadores destes bairros podem acrescentar computadores “nacionais” (segundo o Governo) ao vasto cardápio de produtos ilícitos já há muito disponíveis impunemente que vão desde roupa de marca contrafeita a DVD’s pirateados passando pelos, sempre presentes, produtos “para a cabeça”. Esta mentalidade provinciana do Governo de José Sócrates daria para rir se não fosse o dinheiro dos portugueses que trabalham e das empresas que pagam impostos a pagar mais este hino à parolice nacional.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Emblema do Clube de Futebol Passarinhos da Ribeira (Porto)

Este clube portuense foi criado na década de 70 do século XX, em homenagem à selecção brasileira de futebol que, no México em 1970, venceu o campeonato do mundo. Selecção essa que contava com jogadores como Pelé e Rivelino e é tida por muitos como a melhor equipa de futebol de todos os tempos.

domingo, 5 de outubro de 2008

A diferença entre o original e a cópia

Sócrates, como bom tecnocrata que é, adora imitar. E, no seu caso, imitar é adoptar uma imagem que não é naturalmente sua. Sócrates imita Obama. E imita Obama porque o candidato democrata projecta uma inegável imagem de “mudança”. E Sócrates deseja o mesmo. Mas não consegue. Não consegue porque já todos já o conhecem. Por isso não vale a pena copiar o estilo de Obama – como Sócrates tanto se tem esforçado, especialmente no comício de reentrada política do PS em Guimarães e agora (sem casaco nem gravata e de mangas arregaçadas, só se distinguindo de Obama pela palidez da pele) nos Açores. Esse estilo de “mudança” só funciona numa primeira candidatura. Obama se for eleito presidente, não se vai recandidatar de mangas de camisa a um segundo mandato, como faz desta vez. Nessa altura já todos os americanos o conhecem e o teatro político tem necessariamente de ser outro. Mas Sócrates não percebe isso. Pensa que basta ter uma idade idêntica e a mesma elegância física, além de algumas vagas parecenças ideológicas e o mesmo estilo informal para ser parecido com Obama. O género teatral de “mudança” que Obama personifica tem obrigatoriamente que estar associado à novidade. Obama é novidade. Sócrates não. Em 2004 talvez tivesse funcionado, mas agora não. Nessa altura, Sócrates não teve engenho para representar o papel que Obama neste momento representa. E é esta a diferença entre o original e a cópia.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Mário Soares, Mário Crespo e as pessoas “inteligentes”

Mário Soares, obcecado como qualquer bom tarado de esquerda com os EUA, já tem o “seu” candidato: Obama. Naquela sua cada vez menos disfarçada ignorância afirma, que: “toda a inteligência americana apoia Obama”. Isto é, os académicos e os “artistas”. Daqui facilmente se conclui que só os estúpidos e os ignorantes é que podem votar em McCain. Porque os inteligentes só podem votar em Obama. É a estúpida arrogância da esquerda na sua máxima força.
Mário Soares que, ao que parece, já superou definitivamente o desgosto da derrota categórica que sofreu nas presidenciais portuguesas mostra-se cada vez mais sedento de protagonismo e carente de tempo de antena. A imprensa satisfaz-lhe ambos os desejos. Na RTP tem aquele imbecil programa: “o caminho faz-se caminhando” onde Soares, arrogantemente, revela toda a sua ignorância e pouca memória perante uma Clara Ferreira Alves babada com a “sabedoria” do “Buda” do “socialismo século XXI”. Quanto à restante imprensa disputa artigos pouco informados e tendenciosos, além entrevistas que conseguem o incrível de terem ainda menos conteúdo intelectual que os artigos. Mas, Soares está sempre disponível para opinar – dar opinião é o ópio dos ignorantes. E a imprensa está sempre pronta para o ouvir. Só este fim-de-semana deu entrevistas ao Rádio Clube Português no Sábado e ao Correio da Manhã no Domingo. Mas, Soares vende? Ou seja, ainda existe alguém que se interessa por aquilo que Soares pensa e diz? Soares, enquanto comentador, é do pior que existe. É, e sempre foi, limitado intelectualmente, pouco culto (só em Portugal alguém como ele pode passar por uma pessoa culta) e toda a sua análise sobre qualquer tema (ele, como qualquer bom inculto, fala sobre tudo) resume-se à mais óbvia constatação do evidente, ou em fazer o triste papel de papagaio da ideologia da “esquerda-caviar”.
Mário Soares, de acordo com a inteligência que possui, não tem nem teve, nem aliás podia ter, nenhuma dúvida sobre a escolha do “seu” candidato à presidência dos EUA. As pessoas “inteligentes” como ele têm sempre poucas dúvidas.
Já Mário Crespo, que conhece perfeitamente os EUA, sublinha que “todas as pessoas que reflectem devem estar muito indecisas quanto à sua escolha para Presidente dos EUA”. Eu que, modéstia à parte, reflicto e também conheço os EUA também não me consigo decidir entre os dois candidatos. Acho que, tal como Crespo, todos os norte-americanos inteligentes e sem interesses numa ou noutra candidatura não se decidiram ainda. Se Obama fosse branco a escolha seria assim tão fácil? Nesse sentido, agradeço a Mário Soares por ter-me feito sentir alguém inteligente.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Vos estis sal terra |

 Vos estis sal terra | "I Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porq...