segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Paulo Portas venceu Liga Vitalis a Francisco Louçã

Na Liga Vitalis destas eleições haviam dois concorrentes, Paulo Portas e Francisco Louçã, mas houve apenas um vencedor: Paulo Portas. O CDS atingiu os dois dígitos percentuais e as duas dezenas de deputados graças à sua eficaz oposição parlamentar e à recorrente defesa durante a campanha de temas caros ao eleitorado como a segurança e, sobretudo, os abusos do “rendimento mínimo”. Francisco Louçã bem se pode gabar de ter duplicado o número dos deputados do Bloco, mas não atingiu os dois dígitos percentuais nem as duas dezenas de deputados que esperava conseguir. O Bloco ficou em quarto lugar, atrás do CDS, o que tanto deve ter doído a Louçã. De nada lhe valeu a simpatia da comunicação social (que sem pudor adora o Bloco e odeia o CDS) nem as favoráveis dinâmicas de votos criadas pelas empresas de sondagens que de eleição a eleição insistem em dar ao BE votações muito mais altas do que aquelas que conseguem obter nas urnas. Também no “voto urbano”, que os comentadores gostam de associar ao Bloco por entenderem este voto como “mais inteligente” do que o rural, foi em maior número para o CDS e não para o Bloco. Paulo Portas superou Francisco Louçã nas três principais áreas urbanas do país: Lisboa, Porto e Braga. Que fique registado que os “inteligentes” eleitores urbanos preferiram o CDS ao Bloco. O discurso de Louçã foi um inequívoco discurso de derrotado destilando ódio e frustração sobre a ministra da Educação e, claro, sobre as "grandes fortunas". Louçã tinha a certeza que seria a terceira força política, mas foi a quarta com menos cinco deputados do que CDS e com apenas mais um do que a CDU. Louçã também perdeu a chave da governação. Os 16 deputados bloquistas não servem para nada, especialmente para uma coligação com o PS como pretendia Louçã e os bloquistas. O Bloco de Esquerda viu o eleitorado fracassar todos os seus objectivos e foi um dos partidos derrotados da noite eleitoral tendo em conta as expectativas que tinha à partida para estas eleições. E o seu potencial de crescimento começa a revelar os seus limites. Graças a Deus.

Legislativas 2009 (totais nacionais)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O calcanhar de Louçã

Francisco Louçã acredita que um dia fará do Bloco a força política mais representativa da esquerda portuguesa, substituindo o PS. Louçã também acredita que o Bloco será um dia o vencedor de umas eleições legislativas, conseguindo, desse modo, o maior feito da extrema-esquerda nas democracias ocidentais.
Acredito na sinceridade de Francisco Louçã quando afirma não querer coligar-se com José Sócrates depois das eleições de 27 de Setembro. Contudo, se o PS não conseguir a maioria absoluta e pretender uma coligação com o Bloco provavelmente não restará outra solução a Louçã que não seja a de se coligar com os socialistas e assim formar o único governo da UE que conta com a presença da esquerda radical.
A razão pela qual não resta outra solução senão a coligação pós-eleitoral a Louçã é que o Bloco já começa a ter uma clientela que necessita de ser alimentada. Os militantes do Bloco são funcionários públicos, jovens e adultos frustrados sem emprego ou com emprego precário, além do tipo de gente sem valor nem sucesso que necessita desesperadamente do Estado para obter um lugar na mesa da classe média nacional. Havendo uma possibilidade de coligação, isto é, a atribuição de uns três ou quatro ministérios (com os respectivos institutos, delegações regionais, etc.) ao Bloco, a pressão dessa gente será tal que Louçã será, contra a sua vontade, obrigado a se coligar com Sócrates.
Trata-se de muitos tachos públicos. Uma oportunidade que, para essa gente, poderá ser a única de uma vida e que portanto não a pode desperdiçar sob nenhum pretexto, sobretudo moral. E Louçã, no alto da sua superioridade moral, terá que ceder às pretensões da sua faminta clientela. Caso contrário, tal como Aquiles foi derrubado depois de alvejado no seu calcanhar pelo incapaz príncipe Paris, também Louçã será derrubado pelos incapazes dos seus militantes caso lhes recuse o acesso a cargos públicos que tanto anseiam. O “coordenador” do BE, inteligente como é, depressa vai perceber o fascínio que o dinheiro exerce sobre as pessoas de esquerda.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Livros do Corisco: "Obsessão Antiamericana" (JF Revel)

Jean-Francois Revel nesta obra extraordinária, escrita em 2002 mas perfeitamente actualizada e sempre pertinente, desmascara de forma cabal e fundamentada a "cultura" do antiamericanismo, criada e difundida sobretudo pela esquerda, que continua a fazer eco generalizado entre os europeus médios. Como diria Umberto Eco, JF Revel ensina deliciando. Fiquem com esta citação:
«Maculada pela sua participação nos genocídios comunistas, ou pela indulgência cúmplice que demonstrou a esse respeito, a esquerda precisa de inventar constantemente ameaças fascistas arrancadas aos museus da história. E, além de mais, trata de impor uma versão dessa mesma história, segundo a qual o único totalitarismo que existiu no século XX foi o nazismo e, de um modo mais geral, o fascismo sob todas as suas formas. Dai o martelar incessante de Hitler, do Holocausto, de Mussolini, de Vichy, enquanto que a crónica dos crimes do comunismo, que para mas se prolongaram bem para além de 1945, até aos nossos dias, é sempre objecto de uma censura vigilante.» In "Obsessão Antiamericana" (Bertrand, 2002), p. 193.

Vos estis sal terra |

 Vos estis sal terra | "I Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porq...