segunda-feira, 30 de junho de 2008

Escrito com Cabeça (7)

«Toda a gente, incluindo aqueles e aquelas que ninguém diria que pudessem gostar de futebol, torce pelos seus países e está-se completamente nas tintas para identidades comuns europeias. Ainda bem.»
João Marques de Almeida no «Diário Económico» (30-6-2008)

domingo, 29 de junho de 2008

Nuestros hermanos levam a taça

Espanha venceu a Alemanha por 1-0 (golo de Torres) e leva consigo o título de Campeão Europeu. Ainda bem que assim foi. Gostei de ver uma selecção que se exibiu com classe e demontrou uma vontade de vencer todos os encontros que disputou. Aliando de modo brilhante o trabalho com o talento. Depois da desGrécia de 2004 a Europa volta a ter um verdadeiro Campeão. Sabe mesmo tão bem assitir à consagração do mérito.

Parabéns ao PCP e a Robert Mugabe

A Estupidez indígena faz com que neste país ainda exista um partido comunista. E de tão boa saúde que é o único partido comunista do mundo civilizado em franca expansão eleitoral.
Essa seita de tarados nostálgicos de Marx, Lenine e Estaline encontrou nova referência: Robert Mugabe. Com o qual se solidarizaram em relação ao voto de protesto com que todos os partidos (mesmo o BE!) condenaram a situação política, económica e social da antiga Rodésia.
Por isso estão de parabéns. O vosso candidato venceu as presidenciais do Zimbabué com 90.2% dos votos. Uma vitória da democracia à PCP/ZANU-PF. Agora há que encontrar e punir devidamente os 9.8% de eleitores desalinhados. Mas não se preocupem, Robert Mugabe irá tratar do assunto. E com o habitual zelo que dedica aos "amigos dos brancos".

Existe virtude na pobreza?

Porque é que vemos a pobreza como uma virtude? As pessoas menos favorecidas economicamente não são necessariamente pessoas boas e respeitáveis nem honestas, nem sequer humildes. Aliás, a minha experiência de contactos com pessoas com dificuldades económicas revela que virtudes não abundam entre pessoas de classes baixas, isto é, nada as distingue das outras classes sociais deste país.
Existe sim uma cultura de pobreza enraizada entre muitos portugueses que por causa dela nunca sairão deste estado económico de dependência, sobretudo do Estado. A pobreza é um problema, na maioria dos casos, de cultura. E não é com a atribuição de subsídios estatais que ela vai desaparecer.
Quando fui jornalista no Diário dos Açores tentei, na minha pueril ingenuidade, fazer uma reportagem sobre casos em que a atribuição do Rendimento Mínimo Garantido permitiu fazer sair da pobreza (e da dependência do Estado) algumas famílias ou pessoas individualmente. Não consegui, nos Açores, encontrar nenhum caso em que a atribuição de apoios sociais funciona-se como um incentivo para o progresso económico. Bem pelo contrário. A atribuição de subsídios tornou-se mais um “direito garantido” de quem culturalmente vê na atribuição duma miserável quantia monetária, a despesas de quem trabalha, a sua própria “realização pessoal”. Acreditem: existem inúmeros portugueses cujo projecto de vida é somente receber uma quantia em dinheiro sem fazer nada por ela. Agora, nos Açores e não só, quando se precisa duma mulher-a-dias não há. Nem canalizadores ou electricistas entre muitas outras profissões dignas.
A “mudança” para ser efectiva passa necessariamente pela assimilação duma cultura da “virtude do trabalho” que encerre definitivamente a actual cultura de “virtude da pobreza”. Custa mais é certo. Mas também sabe melhor quando nos vemos ao espelho.

sábado, 28 de junho de 2008

Educação: Selvagens Nostálgicos de JPC

«E estava tudo escrito desde o princípio: com um Ministério da Educação dominado por selvagens nostálgicos, que leram Rousseau e resolveram aplicá-lo à descendência dos outros, o ensino português apostou na ideia de que a educação nunca é um exercício de violência intelectual: um exercício que implica respeito pelo professor; trabalho solitário e às vezes difícil do aluno; e chumbo certo em casos de ignorância ou indolência. O Ministério da Educação subverteu este tripé ao desautorizar os professores, ao substituir o estudo por "competências" de natureza ridícula ("saber fazer", "saber estar") e ao garantir o aproveitamento de alunos que, em condições normais, seriam chumbados ou expulsos do sistema. O resultado não acabou apenas por destruir o ensino português, no sentido pedagógico do termo. Acabou por corromper cada um dos seus parceiros, que cresceram à sombra deste circo. Corrompeu pais e alunos, que esperam da escola um prolongamento do jardim infantil - mas não de um jardim infantil capaz de punir quem não trabalha».
João Pereira Coutinho no Expresso de 15 de Março de 2008

sexta-feira, 27 de junho de 2008

O sacrifício de Manuela

Já quase se passou um mês desde que Manuela Ferreira Leite foi eleita líder do PSD e até ao momento parece que o partido continua sem liderança. Nem o congresso serviu para disfarçar essa sensação, certamente comum a muitos militantes e simpatizantes, uma vez que o seu discurso e presença no ajuntamento da sua própria consagração deixou tanto a desejar que até me escuso a comentar. É assim um sacrifício tão grande liderar o PSD?

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Saneamento de professor em Ponta Delgada

«Vou contar-lhe uma história: não acredito que tenha acontecido, mas ouvi dizer que uma escola de Ponta Delgada despediu, ou dispensou, um professor porque ele expulsou uma aluna da aula. Ela estava a escrever num caderno e acho que o professor lhe perguntou: "Estás a escrever o que estou a ensinar?", ao que ela respondeu, sorrindo: "Não senhor". E parece que ele retorquiu: "Então, vai lá para fora acabar o que estás a fazer!" Depois, a mãe da aluna foi muito chorosa fazer queixa aos directores da escola e o professor foi julgado à revelia, à porta fechada, nem sequer tendo tido o direito de ser ouvido no processo. Disseram-me que um dos directores da escola foi à turma e pediu aos alunos que escrevessem tudo o que tinham contra aquele professor. Mas parece que aí é que houve uma certa dificuldade porque as opiniões se contradiziam. Havia um que acusava o professor de uma coisa, outro que o acusava no sentido contrário. De maneira que se chegou a uma altura em que, não havendo consenso sobre os "crimes" do professor, esse director disse aos alunos: "Vocês vão para casa, pensam… e depois fazem uma redacçãozinha sobre o assunto…"».
Armando Medeiros em entrevista concedida a Eduardo Brum (Expresso das Nove, 24-1-2008)
PS - Se não aconteceu podia ter acontecido...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Escrito com Cabeça (6)

«Neste quadro, em que a ameaça terrorista paira em relação a todos os países ocidentais, sem distinção de grandes e pequenos, o espaço europeu, além de estar abrangido pelo perigo da agressão, tem excessivas razões para avaliar a sua debilidade em vista da sua própria circunstância. Nesta circunstância inscreve-se a erosão da solidariedade atlântica derivada da cisão que se verificou com os apoios escassos à aventura iraquiana, cisão que não reforça a capacidade europeia na área da segurança e defesa, e que é necessário reparar.»
Adriano Moreira no «Diário de Notícias» (24-6-2008)

domingo, 22 de junho de 2008

Moralidade na Roma antiga

«Em Roma os espíritos estavam impregnados de uma doutrina de senso comum que condenava como pervertido e decadente o mundo tal como estava; considerava-se, porém, que a moralidade consistia mais em ter energia para resistir ao vício do que amar a virtude ou tomar-lhe o hábito; a pedra angular do indivíduo era, assim, uma força de resistência.»

In Duby, G.; Ariès, P., História da Vida Privada, Lisboa: Círculo de Leitores, 1989.

sábado, 21 de junho de 2008

Pacheco Pereira: o sonho feito pensamento

«Penso mesmo que o nosso primeiro-ministro está em sério risco de perder as eleições legislativas de 2009 e que o país começa a desejar que aquela arrogância tenha um preço elevado. Não sei se acontece, desejo que aconteça, mas também penso racionalmente que é possível acontecer.»
José Pacheco Pereira no Público (7-6-2008)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O fim da era Scolari

A era de Scolari, graças a Deus, terminou. O brasileiro nunca me convenceu enquanto treinador. Não me recordo de nenhuma vitória da selecção que fosse devida ao brilhantismo das suas tácticas – que de inovadoras e corajosas nunca tiveram nada. Limitou-se a colocar em campo aquele que lhe davam maiores garantias, e só foi notícia pelas suas birras estúpidas, como a de afastar Vítor Baía em 2004 ou Quaresma em 2006.
Portugal nunca apresentou um futebol de inegável qualidade enquanto equipa durante estes 6 anos. Os seus grandes momentos deveram-se sobretudo à qualidade individual dos jogadores. Não estabeleceu um estilo de jogo nem deixou escola. Como os grandes técnicos costumam deixar pelas equipas que passam.
Scolari, enquanto seleccionador, teve condições que nunca nenhum outro técnico encontrou. Além de contar com jogadores de imensa qualidade, organizou um Europeu em casa, num ano em que um clube português (FC Porto) tinha sido campeão europeu com 9 titulares portugueses, e perdeu contra uma equipa banal e vulgar como a Grécia. E por duas vezes. Só depois de perder o jogo de abertura descobriu que tinha que colocar em campo, para ser campeão da Europa, os atletas que já eram campeões europeus. Levou dois anos a descobrir isso. O que é digno de um verdadeiro burro.
O brasileiro promoveu a cunha como marca do seu consulado na selecção. Ricardo nunca foi o melhor guarda-redes português, mas foi sempre titular indiscutível por cunha do selecionador. Na sua vulgaridade as saídas em falso foram a imagem de marca, algo que fez com que Portugal perde-se a final do Euro 2004 e fosse eliminado pela Alemanha (a único teste real que teve) no Euro 2008. Espero que o fim da era Scolari seja por coerência o fim da era Ricardo.
Scolari contou com uma imprensa vassala, que galvanizou com o seu empenho sistemático em ser estúpido com jogadores do FCP, com o clube e com a própria cidade do Porto - isso sim, o grande factor de união nacional. Em Inglaterra terá pela frente jornalistas que não lhe prestarão vassalagem. E eu vou rir-me da maneira como irá lidar com eles. E eles com ele. Principalmente depois de perceberem as óbvias limitações de raciocínio de Scolari, como, por exemplo, irritar-se com facilidade além de não ter capacidade para aprender a falar (e muito menos escrever) inglês. Talvez para o ano esteja novamente por cá, quem sabe no Benfica.

Euro 2008 (Portugal - Alemanha, capas desportivos)

Record (20-6.2008)

A Bola (20-6-2008)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Gravado na Rocha

"Se, por exemplo, alguém te dirigir palavras ofensivas e te sentes agastado, faz de modo que nada possa trair a tua cólera. Enquanto as circunstâncias tornarem ineficaz qualquer demonstração de animosidade, contém-te e não procures vingar-te. Pelo contrário, finge que não te sentiste ofendido. Espera a tua hora..." Cardeal Mazarino.

Arquivo Edvard Munch I

Nietzsche

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Baptista-Bastos: o ronco da agonia

“A complexidade dos acontecimentos mundiais, a derrocada do comunismo e a deterioração do socialismo abriram caminho à doutrina "liberal", assente no mais nefasto retrocesso histórico de que há memória.”
Baptista-Bastos descreve assim o liberalismo, num artigo no DN (18-6-2008) onde – com o precioso auxílio de Saramago – acusa a direita de não ter “ideias”; sem no entanto tentar negar que a esquerda, de que é militante empenhado, também não as tem. Mas oferece uma explicação para esse vácuo intelectual: "a esquerda não possui ideias de seu porque deixou de ler, de estudar, de reflectir, de analisar. Ajeitou o pretenso discurso a essa anomalia política, designada por "pragmatismo", e impôs a sua definição de democracia ao funcionamento dominante do capitalismo."
Só não teve capacidade, enquanto intelectual, para oferecer uma ideia que seja a essa esquerda indigente mentalmente. Criticar sem nunca apontar soluções é a máxima mais em voga neste espectro político. Neste ponto Baptista-Bastos é elucidativo.
Contudo, embora não reconheça “ideias” à direita, paradoxalmente, afirma que é “forjada nos aparelhos ideológicos de escolas e de universidades”. Se não tem “ideias” afinal o que é que é “forjado”?
Falar em universidades de direita é ridículo e desavergonhado. Parece que Baptista-Bastos ignora ou esquece o que são qualquer faculdade ou escola superior de ciências da educação, ou artes, entre muitas outras neste país. Escolas? Então o que é Escola Pública, cujo principal objectivo é a transformação social, senão uma completa criação da esquerda? Segundo muitos, o seu principal bastião na sociedade depois do Estado Providência.

Em campo e na secretaria

Pinto da Costa venceu Luís Filipe Vieira também na secretaria. FCP na LC e SLB na UEFA. V. Guimarães na 3º pré-eliminatória, o que equivale a UEFA bem depressa, antes que a própria LC comece. Jornais Correio da Manhã e Record são os outros grandes derrotados já que a campanha ordinária, pelo seu sectarismo doentio, que promovem nas suas páginas contra o FCP e o seu presidente não colheu frutos além fronteiras. Adelino Caldeira salvou a face com categoria e Pinto da Costa reforça junto dos adeptos portistas a sua liderança - agora certamente mais longa.
PS - Luís Filipe Vieira reclama agora 30 milhões de euros junto da FPF. Sem classe nem sentido do ridículo - como se o SLB algum dia, em toda a sua história, tivesse ganho esse valor na LC.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Gravado na Rocha

"Um homem que nunca muda de opinião, em vez de demonstrar a qualidade da sua opinião demonstra a pouca qualidade da sua mente." Marcel Achard.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

A casa de Pintasilgo

Visitei Abrantes. Local que, para quem gosta de história, vale pena conhecer. Contudo, fiquei decepcionado ao ver o estado de completa degradação que se encontra a casa onde nasceu Maria de Lurdes Pintasilgo - que até fica no centro histórico! Continuamos terceiromundistas na conservação e preservação do nosso património histórico. O que pagamos caro. Com a perca da nossa própria histórica. E a culpa é de todos: governantes e governados. Nem os políticos tomam a iniciativa, nem a população a exige.
Como é, pelo menos aparentemente mais fácil, que a mudança venho do topo para a base, i. é dos políticos para os cidadãos. Seria extraordinário que um político colocasse o património histórico entre as suas principais iniciativas políticas, de mudança digamos. Pelo menos traria o benefício de testar a popularidade que gozam ou não junto dos eleitores.

Corajosa Irlanda

A vitória do «Não» ao Tratado de Lisboa no referendo irlandês revelou corajem dos irlandeses em afrontar a "Europa" sem se deixarem comprar pelos fundos europeus. Não é fácil. Com os portugueses isto nunca aconteceria.
Todavia, os políticos já encontraram a solução: isolar a Irlanda. Eu, contudo, propunha outra: isolar toda a ideia de "Europa" que consagre, mesmo que dissimuladamente, qualquer resquício de federalismo. O futuro da Europa está na economia, não na política.

Euro 2008 (Portugal - Suiça, capa Record)

Record (16-6-2008)

Fim do patriotismo clubistico

Tendo em conta a vontade, naquele seu estilo vulgar e ordinário, do presidente do SLB, Luís Filipe Vieira, em ter conseguido afastar o FCP da Liga dos Campeões, com o V. Guimarães como companheiro de cruzada, creio que só um portista parvo apoiará uma equipa portuguesa nas competições internacionais daqui em diante. E ainda bem que assim é. Essa hipocrisia de apoiar clubes que detestamos (para não dizer outra coisa) só porque fica bem e disfarça o fanatismo meteu nojo durante muito tempo. Agora acabou. Já não era sem tempo.

Um belo texto

Caminha placidamente entre o ruído e a pressa. Lembra-te de que a paz pode residir no silêncio.
Sem renunciares a ti mesmo, esforça-te por seres amigo de todos.
Diz a tua verdade quietamente, claramente.
Escuta os outros, ainda que sejam torpes e ignorantes; cada um deles tem também uma vida que contar.
Evita os ruidosos e os agressivos, porque eles denigrem o espírito.
Se te comparares com os outros, podes converter-te num homem vão e amargurado: sempre haverá perto de ti alguém melhor ou pior do que tu.
Alegra-te tanto com as tuas realizações como com os teus projectos.
Ama o teu trabalho, mesmo que ele seja humilde; pois é o tesouro da tua vida.
Sê prudente nos teus negócios, porque no mundo abundam pessoas sem escrúpulos.
Mas que esta convicção não te impeça de reconhecer a virtude; há muitas pessoas que lutam por ideais formosos e, em toda a parte, a vida está cheia de heroísmo.
Sê tu mesmo. Sobretudo, não pretendas dissimular as tuas inclinações. Não sejas cínico no amor, porque quando aparecem a aridez e o desencanto no rosto, isso converte-se em algo tão perene como a erva.
Aceita com serenidade o cortejo dos anos, e renúncia sem reservas aos dons da juventude.
Fortalece o teu espírito, para que não te destruam desgraças inesperadas.
Mas não inventes falsos infortúnios.
Muitas vezes o medo é resultado da fadiga e da solidão.
Sem esqueceres uma justa disciplina, sê benigno para ti mesmo. Não és mais do que uma criatura no universo, mas não és menos que as árvores ou as estrelas: tens direito a estar aqui.
Vive em paz com Deus, seja como for que O imagines; entre os teus trabalhos e aspirações, mantém-te em paz com a tua alma, apesar da ruidosa confusão da vida.
Apesar das tuas falsidades, das tuas lutas penosas e dos sonhos arruinados, a Terra continua a ser bela.
Sê cuidadoso.
Luta por seres feliz.


(Uma discutível teoria sobre a sua descoberta, afirma que este texto constava numa inscrição datada de 1692 encontrada numa sepultura, na velha igreja de S. Paulo de Baltimore).

domingo, 15 de junho de 2008

Eu hoje estarei aqui: Castelo de Almourol

Castelo de Almourol

A desesperar...

O Comité de Apelo da UEFA anulou a decisão de primeira instância da Comissão Disciplinar do mesmo organismo de suspender o FCP pelo período de um ano da Liga dos Campeões/Milhões. Deste modo, o SLB já não vai à dita. Aliás muito justo. Qualquer pessoa normal entende que a Taça UEFA é a competição certa para quem fica em 4 lugar do campeonato português atrás de Vitória de Guimarães e pouco à frente de Vitória de Setúbal. O FCP já levava de vencida o SLB dentro de campo. Agora também vence os encarnados fora dele. E assim continuam os benfiquistas a desesperar...

sábado, 14 de junho de 2008

Revolução das Trevas de 1979

Estou plenamente convencido que a Revolução Islâmica de 1979 no Irão representa para a humanidade o reverso da Revolução Americana (1776) e Francesa (1789). Depois das luzes do iluminismo temos as trevas do islamismo.
Não me levam a sério, por pensar assim. Mas conforta-me ver um brilhante intelectual como João Pereira Coutinho, que eu tanto admiro, partilhar essa minha real preocupação. Vejam só:
«O Ocidente tapa os ouvidos e prefere não ouvir. Tem sido assim desde 2001. Minto. Tem sido assim desde 1979, uma data que um dia será recordada como hoje recordamos 1917. Khomeini chegava ao poder e, com ele, chegava também um programa radical e totalitário que foi ganhando influência e respeitabilidade pela clareza sinistra dos seus propósitos: expulsar o Ocidente da terra de Alá e, a prazo, exportar esse convite irrecusável de uma submissão global às leis de Deus. Uma «doutrina armada», (...) no futuro, se futuro houver, lembraremos 1979 como o início de uma pequena desgraça: a mais profunda ameaça à sobrevivência do Ocidente depois do comunismo e do nazismo. Mas lembraremos mais: lembraremos como fomos fingindo que 1979 não caminhava para nós.»
Perdoem a falta de modéstia, mas esta é uma daquelas citações que dignificam o próprio suporte que a difunde.

Gravado na Rocha

"Quem desistir de liberdade essencial para conseguir um pouco de segurança temporária não merece nem liberdade nem segurança." Benjamin Franklin.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Euro 2008 (Portugal - Rep. Checa, capas desportivos)

Record (12-6-2008)

A Bola (12-6-2008)


Euro 2008 (Portugal - Rep. Checa)

Não vi o jogo. Mas pelo que percebi Portugal colocou-se definitivamente como um potencial vencedor da prova. Fernando Meira devia substituir Petit. Mas Scolari custa a entender o que quer que seja - para o Euro 2004 demorou dois anos para descobrir a equipa certa. Mas tem sorte, e já assinou com o Chelsea, sem ter acautelado que a divulgação da sua saída só aconteceria no final do Europeu. Até posso estar enganado, mas acho que não ficará em Londres nem sequer um ano.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Esquerdalha demente e perigosa

Como pode uma pessoa normal ir assistir a uma aula e nesta ser brindado com o mais básico radicalismo de esquerda transmitido, descaradamente e sem vergonha, como conhecimento?
Não sei. Se alguém sabe, por favor, diga-me porque estou a passar sérias dificuldades pessoais num ambiente que frequento obrigatoriamente devido a necessidades profissionais. Passo a explicar; depois de um dia de trabalho (tenho dois) chego à Faculdade e minutos após sentar-me na sala de aula a professora mostra logo ao que vem com eloquentes tiradas ultra radicais de esquerda tais como: "a propriedade privada é um roubo", "qualquer mais-valia é também um roubo", ou "como se pode ainda falar em patrões e empregados?", ou ainda "temos que nos libertar da escravidão do capital" perante uma plateia de alunos de mestrado estúpidos e indigentes mentais - cuja ignorância generalizada me enoja.
Nessa aula, a professora teve mesmo o desplante de fornecer um texto de István Meszáros, segundo a mesma, "o melhor analista do mundo sobre o liberalismo", no qual se critica Adam Smith "por não ver bem as coisas", entre uma enorme série de barbaridades intelectuais.
No final, e tendo em conta que a maioria dos alunos são professores, lança um repto: "devemos dar o conhecimento inteligente (sic) aos alunos para que desse modo fiquem orientados no sentido de construirem uma nova ordem, sem a escravidão do capital nem esta globalização, que só globaliza o poder dos detentores de poder e não o conhecimento nem a cultura."
Para que não restem dúvidas, mostra um acetato com uma citação que facilita a tarefa de profetas que entende caber aos professores. Notem bem: "se as pessoas não são livres (porque condicionadas por circunstâncias exteriores e do passado) é preferível manipular as condutas dos outros de um modo inteligente para o bem geral" (Skinner).
Isto é revelador da mais nojenta doutrinação que pode ser feita, ou seja, aproveitar o estatuto de professor para ter tempo de audiência e plateia (oca de pensamentos e sem prática de reflexão), que de nenhum outro modo teria em mais lugar nenhum, para formatar-lhes, muitas vezes definitivamente, as cabeças com imbecilidades como "construção de nova ordem sem diferenciações". Esta esquerda é perigosa e merece atenção e preocupação.

domingo, 8 de junho de 2008

Escrito com Cabeça (5)

«Hoje, e à luz de Schmitt e da sua distinção amigo/inimigo, os fundamentalistas islâmicos são nossos inimigos porque ameaçam o nosso modo de vida (político); nós somos seus inimigos porque somos infiéis (moral). É por isso que a linguagem escatológica, por mais antigo que seja o seu uso entre nós, tem de desaparecer da nossa retórica, pois tem como consequência incentivar uma guerra total, i.e. uma guerra em que não basta afastar a ameaça que define o inimigo, mas destruí-lo. Ora, não querendo nós fazer um buraco do Médio Oriente, esta linguagem favorece apenas aqueles que vêem no ataque a civis um recurso necessário à sua causa.»
Alexandre Homem Cristo no Blogue Atlântico de 6 de Junho de 2008

Euro 2008 (Portugal - Turquia, capas desportivos)

A Bola (8-6-2008)

Record (8-6-2008)





sábado, 7 de junho de 2008

Euro 2008 (Portugal - Turquia)

Portugal entrou com o pé direito neste Euro 2008. A Turquia foi uma presa fácil e a República Checa e a Suiça também não serão mais difíceis, como se viu no jogo de hoje em que os checos venceram os suíços por 1-0 – com excelentes comentários de Jesualdo Ferreira na TVI. Bem disse Mourinho: “seria ridículo Portugal não se qualificar neste grupo”.
Pepe valeu bem a alcunha madrilena do “Senhor 30 Milhões”. Aliás só a defesa portuguesa que alinhou neste jogo foi vendida pelo FCP ao estrangeiro por 100 milhões de Euros – Ricardo Carvalho (30), Paulo Ferreira (20), Bosingwa (20). Certamente a mais cara da prova.
João Moutinho esteve soberbo. Talvez a sua melhor exibição de sempre. Deco também esteve muito bem. Toda a equipa esteve muito bem. Se não fosse o azar de três bolas ao poste tínhamos tranquilamente goleado esta Turquia. Nuno Gomes não é avançado à altura desta equipa. Devia recolher ao banco imediatamente. Se Scolari fosse audaz jogaria com Cristiano Ronaldo a avançado, ladeado por Simão e Quaresma.

PS - À semelhança do que já aconteceu com o Inter de Milão, aguardo que algum "intelectual" muçulmano faça saber a sua indignação por Pepe ter celebrado o seu golo contra uma selecção islâmica com várias batidelas na cruz de Cristo que figura no emblema nacional.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Selecção de Salvação Nacional «neo-socialista» séc. XXI

1 - Mário Soares
2 - Francisco Louçã
3 - Manuel Alegre
4 - Ana Drago
5 - Ana Gomes
6 - Luís Fazenda
7 - Boaventura Sousa Santos
8 - Miguel Portas
9 - Helena Roseta
10 - Ana Benavente
11 - Freitas do Amaral

Treinador: Hugo Chávez
Treinador-adjunto: Evo Morales

Escrito com Cabeça (4)

«O nosso tempo dispensa que desenterrem as velhas políticas igualitaristas e redistributivas que só criam uma falsa segurança num mundo cada vez mais exigente. Lembrem-se: são as oportunidades.»
Pedro Lomba no «Diário de Notícias» de 5 de Junho de 2008.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Juntem-se ao BE

Ana Benavente, Ana Gomes e Manuel Alegre deviam ter vergonha de continuarem no PS - um partido que apesar da infeliz designação de socialista é hoje um partido de esquerda moderna cada vez mais ao estilo do Partido Trabalhista inglês, do PSOE de Zapatero, do Partido Democrata norte-americano e do italiano ou do SPD alemão, entre muitos outros que constituem actualmente a esquerda mundial civilizada. Sejam corajosos e coerentes. Não chorem pelos cargos que o PS pode ou já vos faculta. Juntem-se à seita de novos sans cullotes do Bloco de Esquerda. O vosso lugar é lá.

Jornalismo de especificidade no DN

Leitor do Diário de Notícias, desde há muitos anos, daqueles que aturaram esperancosamente as sucessivas alterações de direcção e mudanças de posicionamento editorial e até mesmo de grafismo desde que Mário Bettencourt Resendes saiu e João Marcelino entrou; julgo-me no direito de denunciar um branqueamento noticioso entre a edição de ontem, 4-6-2008, online e de papel. Trata-se de uma notícia sobre a condenação de vários individuos na Argélia por se terem convertido ao cristianismo. Que surge na edição de papel mas é omitida, isto é, devidamente excluída, pelo editor da edição online. Outro flagrante exemplo de branqueamento informativo de notícias que podem eventualmente afectar o modo como os portugueses entendem a singular "vivência" islâmica. Algo a que se dedicam zelosamente muitos jornalistas "adeptos" da esquerda cujas cabeças já se encontram formatadas desde as faculdades onde chegaram sem ler, na maioria dos casos, nenhum livro ou mesmo jornal, se excluirmos os desportivos. Presas fáceis para a doutrinação ideológica de esquerda que decorre em muitas universidades portuguesas por parte de muitos professores nascidos para a academia depois dos saneamentos académicos do PREC, ou por essa seita doutrinados nos últimos 34 anos.

É a cidadania, estúpido

Só José Sócrates consegue juntar maiores concentrações humanas, sempre exaltadas, do que a Selecção. Só hoje 200 mil pessoas de todo o país urraram alto e em bom som todo o tipo de insultos - embora disfarçados com legitimas reinvindicações - contra o governo em geral e o primeiro-ministro em particular. É a cidadania estúpido, como diria o outro.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Revoluções liberais doutras épocas

(Léon Cogniet - Cenas de Julho de 1830)

Esta pintura alude à Revolução de 1830 que decorreu em França, cujo desfecho foi a subida ao poder de Luís Filipe I, o rei liberal que à época ficou conhecido como o "rei banqueiro". Esta revolução incentivou uma poderosa vaga de movimentos liberais e nacionalistas por toda a Europa. A Bélgica deve-lhe a sua independência.

Escrito com Cabeça (3)

«Em Portugal, continua a acreditar-se no erro fatal: mais "Estado social" significa menos pobreza. É exactamente o oposto. A história do século XX mostra que quanto maior foi a intervenção do Estado, mais aumentou a pobreza. Mesmo nos países escandinavos, onde o Estado fiscaliza uma distribuição justa da riqueza, é a sociedade que cria riqueza e o Estado limita-se a ser imparcial. A verdade é muito simples: só os pobres é que podem acabar com a pobreza. Querem combater a pobreza? Dêem oportunidades aos pobres para enriquecerem. Não os condenem, com pequenas ajudas, a continuar a serem pobres.»
João Marques de Almeida no «Diário Económico» (2-6-2008)

Santana e o Partido Social Liberal

Sempre que Pedro Santana Lopes perde uma eleição para a liderança do PSD, ou seja sempre que concorre, vem à tona a sua pretensa intenção de fundar um novo partido: o Partido Social Liberal, cujas siglas confundem-se com as iniciais do nome do potencial fundador.
Não me aflige o facto de Santana criar uma cisão do PSD. Até me agrada a ideia. Assim duma acentada o partido via-se livre de Santana e dos seus rumo a um futuro esperançoso só pela ausênsia destes. Preocupa-me sim a possível designação de Partido Social Liberal. Portugal precisa dum partido liberal que defenda um novo modelo social. E esse partido até pode ter essa designação. Mas se for fundado por Santana Lopes não só o partido estará condenado, como o liberalismo político em Portugal pode sofrer um sério revés.

domingo, 1 de junho de 2008

Santana anda ai

Santana Lopes continua vivo, e bem vivo. Eu que espera ver o seu enterro político nestas eleições para a presidência do partido enganei-me. Um terço do PSD está com ele. E uma fatia daqueles que agora apoiam Passos Coelho podem numa eventualidade futura estar com ele. Tem um peso inegável no partido, que pode, numa situação de crise, catapultá-lo novamente para a liderança. Ele vai "andar por ai". Para a minha tristeza e desgraça do PSD.

Escrito com Cabeça (2)

«A distinção que, por vezes, se pretende instalar entre uma Igreja rica e conservadora [Católica], e um Islão pobre e revolucionário, em guerra contra a "opressão" do mundo ocidental, não é mais do que um delírio do multiculturalismo, na sua ânsia de compreender o "outro" e de se curvar perante a "diferença".»
Constança Cunha e Sá no Público de 10 de Abril de 2008.

A diferenciação em Educação segundo Nuno Crato

«Nuno Crato, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, defendeu uma selecção antecipada de quem chega a professor desta disciplina. "A entrada dos candidatos na educação é feita fundamental mente com base na sua nota de final de curso, o que incentiva as escolas que lhes dão formação a inflacionar as notas e os candidatos a professores a irem para as escolas mais facilitistas", considerou. "Por isso, defendemos um exame de entrada na profissão".
Nuno Crato criticou ainda o Governo (socialista) que, em 2000, elaborou um documento intitulado "Competências Essenciais para o Ensino Básico", em que, na sua opinião, "tentaram substituir objectivos concretos de aprendizagem por orientações gerais vagas", com consequências para professores e alunos.
Em relação aos alunos, o matemático defendeu uma política de "diversificação dos percursos escolares", com um ensino diferenciado que permitiria "recuperar os alunos mais atrasados e incentivar os melhores"

No Diário de Notícias de 27-4-2005

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