E é sobre Paulo Ribeiro que importa deter atenção. O Vereador da Coligação PSD-CDS na Câmara Municipal de Palmela anunciou a sua candidatura à presidência da Distrital de Setúbal do Partido Social Democrata, o que configura uma excelente oportunidade para o PSD. E também para Palmela, que pode colocar um autarca local na direção de uma das mais importantes estruturas políticas do Distrito.
Paulo Ribeiro é um político com um fantástico potencial. É dotado de uma inteligência claramente acima de média da classe política, mesmo a nível nacional – basta que recordemos os debates autárquicos de 2013 e de 2017 que se concluíram com a humilhação intelectual dos seus oponentes. Tem uma capacidade raciocínio rápido que concilia com uma oratória notável, que nunca deixa de surpreender pela acutilância.
É afável e humilde. Nunca o ouvi começar uma frase pelo pronome pessoal “eu”. É uma pessoa com quem é fácil simpatizar e confiar. Tem uma capacidade de trabalho impressionante, consegue conciliar uma carreira profissional multifacetada com as suas exigentes responsabilidades familiares e ainda com a difícil, mas dignificante, tarefa de ser a única oposição à governação comunista em Palmela.
A candidatura de Paulo Ribeiro é um reflexo do próprio candidato. Agregadora de múltiplas sensibilidades internas do Partido que consegue federar. Afirma-se pela positiva, trata com responsabilidade e respeito a candidatura do seu adversário, Pedro Filipe Tomás, com quem já afirmou publicamente contar para os desafios autárquicos que se avizinham contra os verdadeiros adversários do Partido, o PS e a CDU. Pretende unir e não dividir, como se espera de um líder. E Paulo Ribeiro é um líder, um líder que se candidata e não um candidato a líder, feliz do partido que pode contar com um líder assim.
Todavia, o sucesso ou a possibilidade de sucesso de uns resulta na inveja e no revanchismo de outros. Esse é o preço do sucesso. Que ainda se torna mais evidente quando este sucesso é público. Por isso, o exercício de cargos políticos mesmo bem-sucedido não consegue escapar ao vilipêndio, geralmente boçal.
Perante este cenário, recorro a John Wilmot para deixar um estímulo reconfortante a Paulo Ribeiro. O Conde de Rochester escreveu que “na vida há dois tipos de pessoas que nos odeiam: os estúpidos e os invejosos. Com os primeiros não nos devemos preocupar porque a determinada altura se esquecem de nos odiar. Quanto aos segundos, é diferente, estes nunca vão deixar de nos odiar.” E é com isso que Paulo Ribeiro vai ter necessariamente de aprender a viver.
Por Colin Mateus Marques in “Diário do Distrito” (13/06/2020)
Sem comentários:
Enviar um comentário