sábado, 30 de maio de 2009

Café Guadiana em Mértola

Palavras do Corisco (3)

«Bem sei que o keynesianismo está na moda e que ninguém quer ouvir falar de um Estado mínimo. Pouco me importa. Continuo absolutamente convencido de que a forma mais eficaz de reduzir o abuso de poder por parte dos nossos governantes (i.e. a eficácia das tais "pressões") é reduzir o tamanho do Estado. Ninguém pode impedir que um qualquer primeiro-ministro acorde de manhã, se olhe ao espelho e, qual Luís XIV, diga baixinho: "L'État c'est moi." Pois que seja. Desde que seja pequenininho.» Pedro Norton (Visão, 21-5-2009).

«Ao contrário do que se tem dito e escrito, a crise que estamos a atravessar é uma crise não de retrocesso mas de crescimento do capitalismo. Esta crise não vai ‘disciplinar’ o capitalismo, nem é o canto do cisne do neo-liberalismo, como alguns pretendem. Esta crise não vai melhorar a regulação nem aumentar o controlo do Estado sobre as empresas. O que vai suceder é precisamente o oposto: a regulação vai diminuir e o controlo dos Estados vai ser menor.» José António Saraiva (Sol, 22-5-2009).

«A pobreza dos debates, a inconsistência das propostas, o cansaço dos eleitores não são elementos novos que decorrem do período eleitoral: são, antes de mais, o espelho de uma forma de fazer política que se cristalizou entre nós. A campanha que agora se inicia limita-se a confirmar esse lamentável estado de coisas. Não se discute a Europa apenas por oportunismo político ou porque se quer adulterar o sentido destas eleições, mas sim porque a Europa há muito que se afastou de nós, porque, esgotados os fundos que não soubemos aproveitar, é um mundo do qual deixámos de fazer parte, um conceito vago que serve apenas para aferir da mediocridade nacional: dos maus resultados na Educação, das deficiências estruturais da Economia, do estado em que se encontra a Justiça ou da impunidade que reina nos mais variados sectores.» Constança Cunha e Sá (Correio da Manhã, 26-5-2009)

«Um pedido ao primeiro-ministro: não saia mais pela porta das traseiras. Quando for apenas um cidadão, saia como quiser e por onde quiser. Enquanto for primeiro-ministro, coisa que eu espero ansiosamente que finde, saia pela porta da frente. Ao menos isso. Não envergonhe a democracia.» Helena Matos (Público, 28-5-2009)

«Perante a falência possível do Estado acusador algo terá de ser feito, e, embora a solução comporte riscos de justicialismo, é de encarar a hipótese de o Procurador-Geral da República passar a ser eleito directamente pelos cidadãos. Isso traria maior legitimidade, autonomia e unidade à acção da PGR.» José Medeiros Ferreira (Correio da Manhã, 30-5-2009)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A ideologia dos TPCs

Está aberto um debate sobre se as crianças devem ou não fazer trabalhos de casa depois da escola - os TPCs. Os pedagogos, claro, acham que o coisa "destrói" a vida aos petizes que não podem brincar "nos jardins" nem passear "nos parques" - como se estas não ficassem horas seguidas a ver televisão, a jogar computador ou a ver boçalidades na net. Mas do que se trata é de um problema ideológico. A esquerda que entende o trabalho como uma coisa má que "destrói" a vida das pessoas e que procura construir uma sociedade socialista a partir da escola (por isso ninguém deve reprovar, porque somos todos "iguais") não quer os TPCs porque estes beneficiam as crianças filhas de pais "letrados" que obrigam os filhos a fazer os trabalhos muitas vezes sobre supervisão parental, enquanto que os pais "desfavorecidos" estão nas tintas para os TPCs deliciados que andam a assistir as telenovelas da SIC e da TVI ou a beber o tradicional "copo" no café mesmo ao lado de casa. Por isso, urge terminar com essa coisa "nefasta" para as crianças. A ideia por detrás desta "salvação" das vidas das crianças é de que os pais com mais estudos não possam trabalhar os filhos de modo a que estes obtenham sucesso nas suas vidas, em nome da "igualdade". Já que os pais "desfavorecidos" não têm esse tipo de preocupações, é necessário impedir que os pais que se preocupam com os filhos acompanhem o seu progresso escolar através dos TPCs. A treta de "aliviar" as crianças é só a retórica para iludir os pais parvos. Mais nada. E assim se vai construindo uma medíocre sociedade socialista, sem esforço nem trabalho, feita mesmo à medida das pessoas de esquerda.

domingo, 24 de maio de 2009

Quando a cegueira ideológica se chama “independência”

Hoje, terminou um programa de análise política no Rádio Clube Português cuja “estrela” era um comentador chamado Artur Pereira. A coisa entristeceu inúmeros ouvintes e levou mesmo às lágrimas alguns outros. Nunca fui ouvinte assíduo do mesmo, exactamente pelo motivo oposto aos que agora choram pelo seu encerramento: detestava o comentador pelo seu uso sem pudor de um populismo parolo e primário de esquerda.

Na despedida, o próprio Artur Pereira elogiou-se a si mesmo pela “independência” da sua análise política frisando que: “sempre combateu a Direita [PSD e CDS] e a falsa Esquerda [PS]” por ser um comentador “independente” como “muito poucos”. Pelos vistos, o critério de “independência” não se aplica ao alinhamento partidário com partidos como o Bloco ou o PC, nem ideológico com doutrinas totalitárias de extrema-esquerda. Isso porque a cegueira ideológica desses tarados de extrema-esquerda chama-se “independência”.

sábado, 23 de maio de 2009

Palavras do Corisco (2)

«A caridade não é a missão do Estado. A missão de Estado é garantir a nossa segurança, sem mas, nem ambiguidades. É inaceitável que tal se diga como explicação, argumento, desculpa, hesitação, em vez de dizer-se claramente que os pobres não fazem carjacking, não se armam com uma caçadeira e não vão assaltar bancos, bombas de gasolina, ourives e ourivesarias, e caixas multibanco, para comprar roupa de marca.» José Pacheco Pereira (Público, 17-5-2009).

«Os defensores das quotas, os mais agressivos e agressivas, têm a mania de insinuar que os críticos das quotas são "machistas". E, aliás, este debate é dominado pelo medo que as pessoas têm de ser apelidas de "machistas" (ou de "parvas", quando se trata de mulheres que criticam, e bem, as quotas). É um pouco como noutros debates. Se criticas o islamismo, és "racista". Se criticas o rendimento mínimo, és "insensível". São ainda os efeitos do velho esquema do Comintern: se criticas o comunismo, és "fascista"». Henrique Raposo (Clube das Repúblicas Mortas, 19-5-2009).

«A grande esperança da renovação da esquerda em Portugal vem dum recém-nascido com 73 anos, Manuel Alegre de seu nome.» Helena Matos (Blasfémias, 21-5-2009).

«Numa atitude surpreendente, Cavaco Silva veio dizer que os números de desemprego do INE de finais de 2008 estão mal avaliados. Doravante, não devemos confiar em estatísticas do Instituto Nacional de Estatística. Pois se nem o PR acredita, porque deveríamos nós confiar?» Paulo Morais (Blasfémias, 21-5-2009).

«Saudosismo é doença. Não sou saudosista. Sempre tendo a achar que vivo melhor agora do que antes. De facto, vivo melhor agora do que antes. Jorge Luís Borges estava certo: era um conservador na medida em que queria conservar as coisas boas e descartar as ruins.» Bruno Garschagen (União de Facto, 21-5-2009).

«O "neoliberalismo" tornou-se um chavão, uma muleta do discurso anti-capitalismo e anti-economia de mercado popularizado em Portugal sobretudo pelos partidos à esquerda do PS.» Paulo Pinto Mascarenhas (ABC do PPM, 22-5-2009).

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pobre sim, mas com vergonha?

De acordo com o DN de ontem, há quase mais 33 mil pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção (RSI). O que eleva para 367702 o número de pessoas a viver à custa do Estado – o monstro assistencialista que cresce sem cessar sempre que um governo do socialista se encontra no poder.
Durante toda a minha vida só uma vez vivi à custa de subsídios estatais: durante 6 meses em que frequentei uma especialização em Marketing Turístico para recém-licenciados desempregados. Foi o pior tempo da minha vida. A vergonha desmoralizava-me de tal maneira que a coisa acabou num tratamento psiquiátrico. Superei a vergonha e, com muito trabalho e sem cunhas, tenho um emprego relativamente compatível com o meu nível académico e profissional. Mas aqueles tempos ainda me causam arrepios na espinha…
Agora, quando me deparo com esses números de beneficiários do RSI, pergunto-me se essas pessoas não sentem um mínimo de vergonha e frustração pessoal por receberem essa esmola do Estado. Como é que se consegue viver a assistir, muitas vezes no sofá, aos outros a lutarem pela vida sem fazer nada além de parir filhos uns atrás dos outros, seguir telenovelas umas a seguir às outras, ou passar horas intermináveis no café a contemplar o nada.
Contudo, não me parece que muitos (senão mesmo a maioria) destes “pobres” tenham um pingo de vergonha. É que para se ter vergonha é preciso ter valores e muita dessa gente não reconhece nenhum valor que não seja o valor do dinheiro. Aliás, viver à pala do RSI tornou-se um modo de vida. Assisti na TVI a uma “pobre” que, confrontada por uma jornalista sobre se estava acomodada ao rendimento, responde enfezada que: “se tenho quatro filhos só posso arranjar um emprego das 10h. às 16h., por isso não arranjo porque tenho de ir buscá-los à escola!” Elucidativo sintoma de uma sociedade que se encontra doente pela assistência sem pudor oferecida por um Estado neo-socialista que explora os trabalhadores para sustentar os malandros em nome duma patética “solidariedade”. Eu, no que me toca (e toca bastante), tenho de sobra aquilo que lhes falta a eles: vergonha, isto é, vergonha de viver num país junto de gente como essa.

sábado, 16 de maio de 2009

Palavras do Corisco (1)

«A culpa [pelos incidentes na Bela Vista] é do Estado: ao enxotar os mais pobres para guetos imundos, longe dos centros de “socialização”, e ao sustentar vidas de indolência e irresponsabilidade familiar, o Estado apenas criou o monstro que agora se volta contra ele. A Bela Vista é um problema de pobreza, sim, mas de pobreza moral, ou até espiritual, promovida pelo paternalismo abjecto do Estado.»
João Pereira Coutinho (Correio da Manhã, 15-5-2009)

«A esquerda poderá dar ao PS menos trabalho do que o previsto. Não por acaso, Alegre prepara-se para regressar à família. Com a ressurgência da direita, aumentou para os eleitores de esquerda o risco de, votando PCP ou BE, ajudarem a pôr o PSD à frente e assim liquidarem de vez a hipótese de uma "política de esquerda"»
Rui Ramos (Correio da Manhã, 15-5-2009)

«A diferença ganhadora do FC Porto também se distingue na desafinação dos seus adversários. Os clubes da 2ª Circular, generosamente ainda chamados “grandes”, há muito que jogam noutro campeonato. Moram num Mundo de quimeras onde a paisagem é feita de fantasia justicialista, temperada de amarguras ressabiadas e com uma confrangedora desarrumação estratégica. Sem rivais à altura, a Liga indígena já só serve para o Campeão treinar para a Champions.»
Carlos Abreu Amorim (Correio da Manhã, 11-5-2009)

«Posso obviamente estar errado, mas há muito tempo que se adivinha a estratégia de Manuel Alegre. Numa primeira fase, fazer a oposição interna a José Sócrates para conquistar a simpatia da restante esquerda, sem no entanto nunca criar grandes dificuldades à governação socialista. Depois, fazer as pazes com a liderança do PS e conquistar um número abrangente de apoiantes na lista de deputados para as eleições legislativas. Finalmente aparecer em 2011 com o apoio de toda a esquerda nas presidenciais contra Cavaco Silva.»
Nuno Gouveia (31 da Armada, 14-5-2009)

«A partir de Outubro, a democracia portuguesa vai ter resultados eleitorais que a forçarão à procura de uma regeneração que nos livre da demagogia eleitoralista de leis feitas à pressa, onde tanto se procura a criminalização do enriquecimento ilícito, como, no dia seguinte, se permite a imagem do deboche no financiamento partidário.»
José Adelino Maltez (Sobre o tempo que passa, 14-5-2009)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Gravado na Rocha

"Necessitamos de um grande conhecimento só para nos apercebermos da enormidade da nossa ignorância." Thomas Sowell.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

"Viva a Água" - Bocage‏

«Meus senhores eu sou a água

que lava a cara, que lava os olhos

que lava a rata e os entrefolhos

que lava a nabiça e os agriões

que lava a piça e os colhões

que lava as damas e o que está vago

pois lava as mamas e por onde cago.


Meus senhores aqui está a água

que rega a salsa e o rabanete

que lava a língua a quem faz minete

que lava o chibo mesmo da rasca

tira o cheiro a bacalhau da lasca

que bebe o homem que bebe o cão

que lava a cona e o berbigão


Meus senhores aqui está a água

que lava os olhos e os grelinhos

que lava a cona e os paninhos

que lava o sangue das grandes lutas

que lava sérias e lava putas

apaga o lume e o borralho

e que lava as guelras ao caralho


Meus senhores aqui está a água

que rega as rosas e os manjericos

que lava o bidé, lava penicos

tira mau cheiro das algibeiras

dá de beber às fressureiras

lava a tromba a qualquer fantoche e

lava a boca depois de um broche.»


Bocage

sábado, 9 de maio de 2009

Miradouro de Santa Iria (2)

Miradouro de Santa Iria (1)

Do Desejo (H. Hilst)

«Se eu disser que vi um pássaro
Sobre o teu sexo, deverias crer?
E se não for verdade,
em nada mudará o Universo.
Se eu disser que o desejo é Eternidade
Porque o instante arde interminável
Deverias crer? E se não for verdade
Tantos o disseram que talvez possa ser.
No desejo nos vêm sofomanias, adornos
Impudência, pejo.
E agora digo que há um pássaro
Voando sobre o Tejo.
Por que não posso
Pontilhar de inocência e poesia
Ossos, sangue, carne, o agora
E tudo isso em nós que se fará disforme?»


Hilda Hilst (Do Desejo, 1992)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A conspiração barata do Bloco Central

Essa treta estúpida da recriação de um Bloco Central (entre PS e PSD) levada a cabo por jornalistas pretensiosos só tem um objectivo: fazer de Francisco Louçã o líder da oposição. O que por si só justifica que nunca se faça tamanha estupidez.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

domingo, 3 de maio de 2009

Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya

«Não sei, meus filhos, que mundo será o vosso.
É possível, porque tudo é possível, que ele seja
aquele que eu desejo para vós. Um simples mundo,
onde tudo tenha apenas a dificuldade que advém
de nada haver que não seja simples e natural.
Um mundo em que tudo seja permitido,
conforme o vosso gosto, o vosso anseio, o vosso prazer,
o vosso respeito pelos outros, o respeito dos outros por vós.
E é possível que não seja isto, nem seja sequer isto
o que vos interesse para viver. Tudo é possível,
ainda quando lutemos, como devemos lutar,
por quanto nos pareça a liberdade e a justiça,
ou mais que qualquer delas uma fiel
dedicação à honra de estar vivo.
Um dia sabereis que mais que a humanidade
não tem conta o número dos que pensaram assim,
amaram o seu semelhante no que ele tinha de único,
de insólito, de livre, de diferente,
e foram sacrificados, torturados, espancados,
e entregues hipocritamente à secular justiça,
para que os liquidasse «com suma piedade e sem efusão de sangue.»
Por serem fiéis a um deus, a um pensamento,
a uma pátria, uma esperança, ou muito apenas
à fome irrespondível que lhes roía as entranhas,
foram estripados, esfolados, queimados, gaseados,
e os seus corpos amontoados tão anonimamente quanto haviam vivido,
ou suas cinzas dispersas para que delas não restasse memória.
Às vezes, por serem de uma raça, outras
por serem de uma classe, expiaram todos
os erros que não tinham cometido ou não tinham consciência
de haver cometido. Mas também aconteceu
e acontece que não foram mortos.
Houve sempre infinitas maneiras de prevalecer,
aniquilando mansamente, delicadamente,
por ínvios caminhos quais se diz que são ínvios os de Deus.
Estes fuzilamentos, este heroísmo, este horror,
foi uma coisa, entre mil, acontecida em Espanha
há mais de um século e que por violenta e injusta
ofendeu o coração de um pintor chamado Goya,
que tinha um coração muito grande, cheio de fúria
e de amor. Mas isto nada é, meus filhos.
Apenas um episódio, um episódio breve,
nesta cadela de que sois um elo (ou não sereis)
de ferro e de suor e sangue e algum sémen
a caminho do mundo que vos sonho.
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de té-1a.
É isto o que mais importa - essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão-de falar-vos tanto
não é senão essa alegria que vem
de estar-se vivo e sabendo que nenhuma vez alguém
está menos vivo ou sofre ou morre
para que um só de vós resista um pouco mais
à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente,
sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição,
e sobretudo sem desapego ou indiferença,
ardentemente espero. Tanto sangue,
tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga -
não hão-de ser em vão. Confesso que
multas vezes, pensando no horror de tantos séculos
de opressão e crueldade, hesito por momentos
e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam,
quem ressuscita esses milhões, quem restitui
não só a vida, mas tudo o que lhes foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes
aquele instante que não viveram, aquele objecto
que não fruíram, aquele gesto
de amor, que fariam «amanhã».
E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.»

Lisboa, 25 de Junho de 1959

Jorge de Sena

sábado, 2 de maio de 2009

Um herói chamado Vital

Convidado por um dirigente sindicalista (da UGT) a comparecer nas manifestações do 1 de Maio, em Lisboa, declinei o convite. Para quem está pouco habituado a ver-se rodeado por tarados selvagens o ambiente seria certamente pesado em demasia. Que o diga Vital Moreira. Com anarquistas e comunistas não me junto nem que a Nossa Senhora de Fátima me aparecesse pela frente com a promessa de três novos segredos que garantissem a salvação do destino da humanidade. Sem sombra da Nossa Senhora, quem marcou presença foi a vulgaridade, aliás, extrema-esquerda e vulgaridade são duas faces da mesma moeda. Por isso não percebo a presença naquela concentração de dementes do único partido de esquerda moderno e civilizado que é o Partido Socialista. O civismo começa com a demarcação da falta de civismo. Claro que o resultado não podia ter sido outro senão insulto e a agressão. Contudo, gabo a coragem de Vital Moreira em estar junto de daquela gente sem sequer ter levado um capacete. Virgílio escreveu na Eneida que: “a sorte protege os audazes”. Vital conseguiu sair dali vivo e o eleitorado de centro (que é imenso) muito provavelmente não se irá esquecer deste acto heróico no momento de colocar a cruz no boletim de voto das eleições europeias. Com a esperteza e a oportunidade dos bravos, Vital não perdeu tempo e, ainda rodeado de bárbaros, recordou a Marinha Grande (onde Soares levou um murro em 1986). Grande herói.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Existe alguma diferença entre o socialismo e o parasitismo? José María Marco explica.

«El socialismo.... es la mejor manera que se conoce de que una mayoría viva sin trabajar, mientras una minoría –no tan pequeña, pero minoría al fin y al cabo– sigue esforzándose por crear empresas, trabajar y dar trabajo a los demás. Incluso está dispuesta a pagar los impuestos con tal de que le dejen hacer, más o menos, lo que quiere.
.... a menudo parece ser que los culpables de la crisis son esas mismas personas –empresarios, autónomos, gente con una vocación y empeño suficiente para cumplirla– a las que una sociedad parasitaria está dispuesta a explotar con más cinismo aún que antes: más regulaciones, más deuda, más impuestos para los chivos expiatorios de una sociedad que no está dispuesta a cambiar sus costumbres.»
José María Marco no Libertad Digital (24-4-2009)

E que tal um dia pelos "Deveres dos Trabalhadores"?

Se o 1 de Maio é o “Dia do Trabalhador”, coisa que a esquerda converteu no “Dia dos Direitos dos Trabalhadores”, talvez o 2 de Maio devesse ser o “Dia do Empregador”, onde quem dirige empregados e cria emprego pudesse reclamar pelos deveres dos trabalhadores, ou seja, o “Dia dos Deveres dos Trabalhadores”. Tendo em conta a produtividade existente a ideia é capaz de não ser totalmente descabida.

Vos estis sal terra |

 Vos estis sal terra | "I Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porq...