sexta-feira, 27 de março de 2009

Acerca da morte..

«Aconteceu-nos uma coisa realmente curiosa: tínhamo-nos esquecido de que temos de morrer. É esta a conclusão a que chegaram os historiadores depois de terem examinado todas as fontes escritas da nossa época. Uma investigação realizada nos cerca de cem mil livros de ensaio publicados nos últimos vinte anos mostraria que apenas duzentos deles (0,2%, portanto) tocavam o problema da morte. Livros de medicina incluídos.» Pierre Chaunu.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O Papa explicado aos burros

Bento XVI está nas bocas das bestas do costume por alegadamente ter dito que “o uso do preservativo não protege da SIDA”. Os guardas da moral – sempre muito atentos a tudo que qualquer clérigo diz porque não admitem que a Igreja Católica tenha qualquer influência na sociedade – já classificaram o Papa de “assassino”, entre outros epítetos ainda mais ordinários.
O burro é um animal que não aprende, ou, pelo menos, não aprende com facilidade. Mas lutar contra a proliferação da burrice deve ser um objectivo de todos os seres humanos com capacidade de raciocínio. Por isso a nossa explicação: o que Bento XVI quis dizer foi que o uso do preservativo estimula a promiscuidade sexual. E a promiscuidade sexual favorece a propagação da SIDA. Nesse sentido, o uso do preservativo pode não proteger em relação à SIDA, isto é, uma pessoa sexualmente promíscua não pode estar segura que não apanha o vírus só por usar o preservativo.
Nunca é demais lembrar aos burros que Bento XVI acredita nos valores que a Igreja Católica Apostólica Romana apregoa relativamente à sexualidade. Que são estes: abstinência sexual total para homens e mulheres antes do casamento; e fidelidade absoluta durante o casamento. E esta é a maneira que Bento XVI acredita que se pode evitar contrair o vírus da SIDA.
É assim tão difícil perceber isso?

domingo, 15 de março de 2009

Verdade

«Para a mentira ser segura
e atingir profundidade,
deve trazer à mistura
qualquer coisa de verdade...»

António Aleixo

sábado, 14 de março de 2009

O falhado do sapato

O “jornalista do sapato” celebrizado/idolatrado mundialmente por ter alcançado a incrível proeza de não acertar com nenhum dos seus dois sapatos em GW Bush, mesmo a uma distância de cinco metros, foi condenado a 3 anos de cadeia. Antes mesmo de ser julgado já levou suficientes enxurros de porrada nos estabelecimentos prisionais iraquianos que, como se sabe, são zelosos respeitadores dos direitos humanos – tradição aliás comum a todo o mundo islâmico. Será que valeu a pena? Será que alguém se irá lembrar de Muntadar al-Zeidi daqui a três anos quando sair do imundo cárcere que o guarda? É que ele tentou acertar mas não acertou. Ele falhou. E a história não costuma guardar lugar aos falhados. E a memoria dos simples também não.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Patéticos socialistas (Manuel Alegre)

O contributo do poeta Alegre para a falta de decoro da recepção ao presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, foi este: “D. Afonso Henriques também não foi um democrata exemplar”. Afinal havia democracia na idade média. D. Afonso Henriques é que não foi um democrata exemplar! Vassalagem pós-feudalismo dá nisto...

Patéticos socialistas (Correia de Campos)

Correia de Campos fez a triste figura de zeloso protector do Governo no programa Roda Livre na TVI 24. Com um alinhamento total. Parecia um cão de fila açoriano: duro mas fiel ao dono.
PS – sobre José Eduardo dos Santos, o ex-ministro da Saúde chamou a atenção para a falta de pluralidade na comunicação social de Angola pelo facto de “a maioria dos jornais semanários serem da oposição.” Afinal eu é que tenho andado desatento...

terça-feira, 10 de março de 2009

Fonte no Jardim de S. Lázaro (Porto)

Escrito com Cabeça (24)

«Desde que a crise se instalou, o Estado avançou. Não como ameaça, como nos anos gloriosos das revoluções, mas como assistente, garagista e serviço de urgências. Tomou conta de uns bancos e criou almofadas para umas empresas. A escolha é difícil, tantas são as que se encontram em situação precária, para já não dizer mortas, mas algum critério se arranjará. Umas vezes, o Estado evitou e adiou falências ou amparou falidos. Outras vezes, deu garantias aos bancos. Em poucas palavras, o Estado instalou-se. (...) Algumas esquerdas estão felizes: acham que isto é uma espécie de socialismo. Outras esquerdas criticam, mas não escondem a satisfação de ver o Estado na economia: pode ser que venha para ficar. As direitas políticas não sabem muito bem o que dizer, limitam-se a discutir pormenores. Quanto aos empresários, apesar de sentimentos oscilantes, o alívio parece ser a regra. O Estado ajuda a empresa privada e a banca tem alguns recursos. Em resumo, o Estado ajuda os capitalistas, algo com que sempre sonharam muitos dos os nossos empresários.»
António Barreto no Público (1-3-09)

domingo, 8 de março de 2009

Coriscas palavras de um micaelense

«Lindas noites de luar!
Vou sentar-me à tua porta,
Como um pai se senta imóvel
Na campa da filha morta.

Já meus olhos me não choram,
Já não suspira meu peito...
Para espalhar meus desgostos
Acho o mundo todo estreito!»

(Antero de Quental in Cantigas, 1864)

sábado, 7 de março de 2009

Aterragem dum avião Dornier na ilha do Corvo

Assinalando os 88 anos do PCP

«O PCP é um partido que nasceu arcaico num país arcaico. (…) O facto de Portugal nunca se ter realmente desenvolvido justifica a sua longevidade. (…) É o partido da ferrugem.»
Vasco Pulido Valente na TVI (6-3-2009) comentando o aniversário do PCP.

terça-feira, 3 de março de 2009

Criatividade partidária

Margarida literária

A tristemente célebre directora da DREN, Margarida Moreira, actriz principal do filme “o caso Charrua”, é mais um daqueles casos de gente sem qualidade nenhuma mas que, à pala da política, atinge cargos qualificados no Estado sem os merecer minimamente. Notem só a categoria literária da personagem pela reprodução desta missiva que tive acesso.
Exm.ª Senhora Presidente do Conselho Executivo do AE Territorio Educativo de Paredes de Coura
A confirmarem-se as notícias vindas a publico sobre a suspensão de actividades previstas no Projecto Educativo e no Plano de Actividades dessa Escola, e na salvaguarda primeira das obrigações da esola - cumprir a sua missão de processos de socialização e de aprendizagem para os alunos, razão central porque definiu as actividades de Carnaval nos documentos de acção educativa anteriormente referidos.
Tomando por base estes pressupostos, determino:
1. o cumprimentos das actividades com os alunos previstas para esta época;
2. o envio a esta DRE de um memorando clarificador dos problemas que têm vindo a ser denunciados pelas estruturas representativas;
3. Sendo certo que muitos docentes não se aceitam o uso dos alunos nesta atitude inaceitável, acompanharemos de muito perto a defesa do bom nome da escola dos professores, dos alunos e de toda a população que muito tem orgulhado o nosso país pela valorização que à escola tem dado.
Margarida Elisa Santos Teixeira Moreira

domingo, 1 de março de 2009

Vital Moreira e o preço do cargo

“Protecção de minorias regionais” (sic) em Portugal? A quem Vital Moreira se estaria a referir no seu discurso de apresentação de candidatura? À Madeira? Não me parece. Aos Açores? Sim. Uma obrigatória vassalagem a Carlos César: reconhecer aos açorianos o estatuto distinto dos demais portugueses, uma espécie de pequena nação dentro de Portugal. Foi esse o preço que o constitucionalista pagou pelo cargo (deputado europeu é um dos melhores e mais bem renumerados cargos políticos que a política portuguesa proporciona) depois da sua oposição à entrada em vigor do novo Estatuto Político e Administrativo dos Açores. Para quem como eu leu, viu e ouviu as posições que Vital Moreira têm assumido desde há muito tempo perante a autonomia açoriana, que grande cambalhota! Vital Moreira apanhou bastante depressa o jeito de fazer política à portuguesa.

Ana Gomes: uma cabeça de lista em potência

Será que Ana Gomes não ficou um bocadinho decepcionada por não ter sido ela a escolhida para cabeça de lista ao Parlamento Europeu pelo PS? Afinal Ana Gomes é incomparavelmente mais conhecida do que Vital Moreira. Mastigou até à exaustou a patética questão dos voos da CIA em Portugal, com a ajuda de toda a comunicação social. Coisa que lhe valeu uma certa popularidade entre a população em geral e a adoração da extrema-esquerda. Manhosa, nunca cai na esparrela dos “fóruns” da Francisco Louçã, Amigos e Vassalos, Sociedade Unipessoal, Lda. E quase que se ajoelhou na defesa do primeiro-ministro ante as tais “forças ocultas” neste congresso. O argumento da desalinhada da direcção não colhe. Ela irá fazer parte das listas em lugar elegível. E pode dar o show mediático de costume em defesa duma qualquer “causa” que lhe passe pela cabeça, como a morte de ursos polares por caçadores furtivos norte-americanos no Alasca com alegada conivência da governadora Sarah Palin. Ou Sócrates não acreditou na capacidade eleitoral de Ana Gomes. Ou devido ao radicalismo canhoto da eurodeputada não vê nela alguém com a imagem que pretende identificar o PS. É pena que o Bloco de Esquerda tenha deixado cair a rotatividade parlamentar de que foi paladino e já ter designado Miguel Portas para a manutenção do cargo que lhe paga as visitas periódicas aos terroristas da Faixa de Gaza e do Líbano. Ana Gomes daria uma excelente cabeça de lista às eleições europeias pelo Bloco.

Congresso de Terceiro Mundo

O nosso terceiro-mundismo está por demais enraizado. Um congresso de um partido político (ainda por cima o partido no poder) que termina por falta de luz num país ocidental é coisa que não se vê me qualquer lugar. A comitiva do MPLA deve se ter sentido em casa.

Vos estis sal terra |

 Vos estis sal terra | "I Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porq...