domingo, 28 de fevereiro de 2010

Generosidade comunista

Sempre desconfiei da generosidade vinda de um comunista. O comunismo não é uma “ideologia generosa”, como disse o bloquista João Teixeira Lopes. O comunismo é uma ideologia estúpida, totalitária e assassina que só não foi ainda totalmente erradicada deste planeta porque se alimenta de uma das piores características da natureza humana: a inveja. A ausência de um julgamento por crimes contra a humanidade após a queda do muro de Berlim, em 1989, e de uma efectiva condenação moral a esse estrume ideológico também ajudam a compreender porque ainda existem pessoas que não têm vergonha de se identificarem com uma bandeira vermelha onde figura uma foice e um martelo, que simboliza a união de camponeses e operários para a edificação da “ditadura do proletariado”.
José Saramago é um comunista inchado de capital. É editado por uma editora capitalista (a Caminho) que pertence ao maior grupo editorial capitalista (o Grupo Leya) que alguma vez existiu em Portugal e que até tem uma obra sua (“Ensaio sobre a Cegueira”) adaptada ao cinema nessa ex-líbris capitalista da sétima arte que é Hollywood, sedeada nos EUA, o país vencedor da Guerra Fria e símbolo máximo do capitalismo e do triunfo deste sobre o comunismo. Mas, desde que seja bem pago, nada disto incomoda minimamente Saramago.
Não tendo a mais pequena dúvida sobre a absoluta ausência de um sentimento humanista e de generosidade em gente que se intitula comunista, percebi de imediato que o contributo de José Saramago para com as vítimas do Haiti cumpria um propósito mais lato do que a ajuda humanitária. A edição da obra “Jangada de Pedra” cujas receitas reverterão para o Haiti não foi uma escolha feita ao acaso. A “Jangada de Pedra” foi o maior fracasso literário e de vendas de Saramago desde que, em 1998, venceu o prémio Nobel da Literatura. Aliás, a “Jangada de Pedra” foi um duplo fracasso, uma vez que a sua adaptação ao cinema português, com uma interpretação patética de Diogo Infante, foi também um desastre nas bilheteiras que nem chegou a ser editada em DVD.
O desastre do Haiti serve assim a Saramago para tentar atenuar o desastre literário daquela sua obra, que por motivos meramente comerciais jamais seria editada, possibilitando-o umas tiragens extras que lhe permitem disfarçar o fracasso de vendas inicial. Saramago doou ao Haiti um dos seus poucos livros que não vende. Se o seu objectivo fosse realmente ajudar as vítimas do Haiti poderia ter doado um ano de vendas do “Memorial do Convento”, de leitura obrigatória no ensino secundário e, portanto, fonte de receitas inesgotável. Mas, esperto, Saramago preferiu reeditar a “Jangada de Pedra”. E isso diz muito sobre o que são os comunistas como Saramago: gente moralmente menor que gosta demasiado de dinheiro e que apenas partilha o que lhe interessa ou não lhes faz falta.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Maia (Açores)



A Freguesia da Maia, concelho da Ribeira Grande, Norte da ilha da S. Miguel, totalmente fustigada pelas fortes chuvadas de 15 de Fevereiro. Fotos de Jaime Serra.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O Carnaval em Portugal

O modo como se comemora o carnaval em Portugal diz muito sobre aquilo que somos. Um povo ignorante e inculto, adepto da mediocridade, que copia despudoradamente tradições alheias e as reproduz com um singular mau gosto na sua ânsia desenfreada em gozar um (mais um) dia feriado, que independente do maior ou menor grau da comemoração não se aceita abdicar. Esta festa – com a excepção honrosa de Ponta Delgada onde realmente faz parte da tradição popular micaelense, sendo genuína e de bom gosto, como atestam os bailes de gala do Coliseu Micaelense – é estúpida, resultado de uma reprodução patética e grosseira do carnaval brasileiro conjugado com algumas das mais imbecis tradições provincianas ou com esse género menor de encenação que é o Teatro de Revista.
Localidades como Ovar, Mealhada, Torres Vedras ou Olhão, entre outras que sem pena me esqueci, aceitam o repto lançado pelo ridículo e saem à rua (de preferência a maior do sítio) em manadas disfarçados de “foliões” e “com calor”, apesar da massa de ar polar que atravessa o país. Em Olhão, alheios e indiferentes a essas questões que não percebem nem têm interesse em perceber da liberdade de informação, chega-se a produzir uma montagem de José Sócrates a tirar o microfone a Manuela Moura Guedes junto com o tristemente célebre lápis azul da anterior república, e, como disse um indigente mental entrevistado pela televisão, “acha engraçado”, enquanto outro suspira por ver “José Sócrates mascarado de Pai Natal!”. A estupidez chega ao ponto de se fazer um corso sob o tema: “Um Atentado da ETA em Portugal”, como em Torres Vedras.
Enquanto na televisão os jornalistas (uns por ignorância outros por esperteza) aproveitam para evidenciar o “lado profano” da festa, numa espécie de reconstrução histórica da identidade portuguesa sem cristianismo, na Madeira, Alberto João Jardim participa no “tradicional corso carnavalesco madeirense” (uma importação do pior que existe no Cont’nente pelo regime autonómico da Madeira) vestido de Vasco da Gama à procura de “descobrir Portugal” (sic)...
É muito mau para ser verdade, mas é verdade. Portugal consegue sempre confirmar a máxima de que pior é sempre possível. Mas é este o povo que temos, boçal, prosaico, manhoso, egoísta e sem personalidade. O mesmo povo que, com manha, sofreu calado uma ditadura de 48 anos junto com as novas gerações de ignorantes funcionais mais ou menos qualificados. Portugal é isto, e não aquilo que pessoas como eu gostariam que fosse. E isso é que dói.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Temporal na Madeira (15-2-2010)

Gravado na Rocha

"Os Estados Unidos são, de facto, a nação indispensável. Algumas vezes para o mal, outras, como no Haiti, para o bem. Churchill, por exemplo, sabia-o bem: quando tomou posse do governo inglês para enfrentar Hitler, ao mesmo tempo que tentava sobreviver à guerra aérea que, nos céus ingleses, antecipava a invasão da ilha, ele concentrava todos os seus esforços a tentar convencer Roosevelt a entrar na guerra. Em 39-45, como antes, em 14-18, e depois, em 1991, na primeira Guerra do Golfo, a Europa e o Ocidente ficaram a dever a vida ao esforço de guerra da grande nação americana." Miguel Sousa Tavares, Expresso, 23-1-2010.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Mais uma arruaça educativa

Esta semana houve arruaça. Outra vez a Educação, mas desta vez sem os professores a guinchar apenas a orquestrar. Assim a arruaça ficou a cargo dos alunos que, em contestação ao Estatuto do Aluno, “vieram para a rua”, galvanizados pelo êxito da arruaça dos professores que sacaram recentemente do Governo uma avaliação de desempenho que, de facto, não se reflecte na progressão de carreira – e de salários, porque afinal tudo sempre foi uma questão de dinheiro.
Com aquele aspecto sujo, mas não necessariamente sujos, berraram o que puderam e souberam, tendo em conta o domínio da língua que foram “creditados” em “competências”. Sempre que um jornalista os indagava sobre as suas “reivindicações” mostravam que do Estatuto do Aluno muito pouco ou mesmo nada sabiam, uma vez que o Estatuto está escrito e eles têm dificuldades em “ler textos longos” e, para piorar, não está disponível em vídeo na net. Falhada a compreensão, segue a manifestação na mesma. Dos urros que berravam não consegui perceber o que quer que seja. Limitado a visualizar as imagens daquelas “reivindicações cívicas” observei com maior atenção os cartazes que empunhavam. Com a “tolerância” que se recomenda face aos erros ortográficos, consegui, com esforço, ler um cartaz com uma inscrição (quase paleolítica) que dizia “abaixo os directores de escola e as empresas na escola.”
Aqui é visível a influência de alguns professores, sobretudo os professores de esquerda ou de extrema-esquerda e/ou com mestrado ou doutoramento em Ciências da Educação, área dita “científica” que funciona em faculdades e escolas superiores de Educação que são uma espécie de igrejas neo-socialistas, onde se adora o Estado e se condena moralmente a iniciativa privada. Um paleio fácil, baseado no ódio ao sucesso e na inveja social, que muitos professores, sobretudo os mais ignorantes ou os menos inteligentes destes, adoptam como religião e que nas escolas passam a difundir como “fé” aos “bons selvagens”, isto é, formatando as cabeças ocas de conhecimento dos alunos do mesmo modo que eles próprios foram formatados nos seus mestrados e doutoramentos ou pelos sindicatos.
Num país como Portugal, onde as dificuldades estruturais ao nível da produtividade, competitividade e de empreendorismo funcionam como um travão ao progresso económico e social, incutir nas gerações mais novas qualquer sentimento contra a livre iniciativa privada e as empresas é um crime imperdoável. Face à manifesta impossibilidade do poder político em actuar face aos interesses duma corporação profissional como os professores - que consegue assegurar os seus muito caros, ao erário público, privilégios independentemente das leis de mercado, uma vez que o Estado paga-lhes um salário que na sua esmagadora maioria nunca ganhariam no privado ou noutra ocupação profissional -, compete às famílias averiguar com profundidade e preocupação o que alguns destes privilegiados funcionários públicos doutrinam nas escolas aos seus filhos. Uma pergunta carece de explicação satisfatória: como pode um país se tornar competitivo a nível global com uma escola pública dominada ideologicamente pela extrema-esquerda?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Liberal do Corisco

"É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa deve trabalhar sem receber. O governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a." Adrian Rogers (1931).

Vos estis sal terra |

 Vos estis sal terra | "I Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porq...