sábado, 6 de fevereiro de 2010

Mais uma arruaça educativa

Esta semana houve arruaça. Outra vez a Educação, mas desta vez sem os professores a guinchar apenas a orquestrar. Assim a arruaça ficou a cargo dos alunos que, em contestação ao Estatuto do Aluno, “vieram para a rua”, galvanizados pelo êxito da arruaça dos professores que sacaram recentemente do Governo uma avaliação de desempenho que, de facto, não se reflecte na progressão de carreira – e de salários, porque afinal tudo sempre foi uma questão de dinheiro.
Com aquele aspecto sujo, mas não necessariamente sujos, berraram o que puderam e souberam, tendo em conta o domínio da língua que foram “creditados” em “competências”. Sempre que um jornalista os indagava sobre as suas “reivindicações” mostravam que do Estatuto do Aluno muito pouco ou mesmo nada sabiam, uma vez que o Estatuto está escrito e eles têm dificuldades em “ler textos longos” e, para piorar, não está disponível em vídeo na net. Falhada a compreensão, segue a manifestação na mesma. Dos urros que berravam não consegui perceber o que quer que seja. Limitado a visualizar as imagens daquelas “reivindicações cívicas” observei com maior atenção os cartazes que empunhavam. Com a “tolerância” que se recomenda face aos erros ortográficos, consegui, com esforço, ler um cartaz com uma inscrição (quase paleolítica) que dizia “abaixo os directores de escola e as empresas na escola.”
Aqui é visível a influência de alguns professores, sobretudo os professores de esquerda ou de extrema-esquerda e/ou com mestrado ou doutoramento em Ciências da Educação, área dita “científica” que funciona em faculdades e escolas superiores de Educação que são uma espécie de igrejas neo-socialistas, onde se adora o Estado e se condena moralmente a iniciativa privada. Um paleio fácil, baseado no ódio ao sucesso e na inveja social, que muitos professores, sobretudo os mais ignorantes ou os menos inteligentes destes, adoptam como religião e que nas escolas passam a difundir como “fé” aos “bons selvagens”, isto é, formatando as cabeças ocas de conhecimento dos alunos do mesmo modo que eles próprios foram formatados nos seus mestrados e doutoramentos ou pelos sindicatos.
Num país como Portugal, onde as dificuldades estruturais ao nível da produtividade, competitividade e de empreendorismo funcionam como um travão ao progresso económico e social, incutir nas gerações mais novas qualquer sentimento contra a livre iniciativa privada e as empresas é um crime imperdoável. Face à manifesta impossibilidade do poder político em actuar face aos interesses duma corporação profissional como os professores - que consegue assegurar os seus muito caros, ao erário público, privilégios independentemente das leis de mercado, uma vez que o Estado paga-lhes um salário que na sua esmagadora maioria nunca ganhariam no privado ou noutra ocupação profissional -, compete às famílias averiguar com profundidade e preocupação o que alguns destes privilegiados funcionários públicos doutrinam nas escolas aos seus filhos. Uma pergunta carece de explicação satisfatória: como pode um país se tornar competitivo a nível global com uma escola pública dominada ideologicamente pela extrema-esquerda?

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