terça-feira, 19 de maio de 2009

Pobre sim, mas com vergonha?

De acordo com o DN de ontem, há quase mais 33 mil pessoas a receber o Rendimento Social de Inserção (RSI). O que eleva para 367702 o número de pessoas a viver à custa do Estado – o monstro assistencialista que cresce sem cessar sempre que um governo do socialista se encontra no poder.
Durante toda a minha vida só uma vez vivi à custa de subsídios estatais: durante 6 meses em que frequentei uma especialização em Marketing Turístico para recém-licenciados desempregados. Foi o pior tempo da minha vida. A vergonha desmoralizava-me de tal maneira que a coisa acabou num tratamento psiquiátrico. Superei a vergonha e, com muito trabalho e sem cunhas, tenho um emprego relativamente compatível com o meu nível académico e profissional. Mas aqueles tempos ainda me causam arrepios na espinha…
Agora, quando me deparo com esses números de beneficiários do RSI, pergunto-me se essas pessoas não sentem um mínimo de vergonha e frustração pessoal por receberem essa esmola do Estado. Como é que se consegue viver a assistir, muitas vezes no sofá, aos outros a lutarem pela vida sem fazer nada além de parir filhos uns atrás dos outros, seguir telenovelas umas a seguir às outras, ou passar horas intermináveis no café a contemplar o nada.
Contudo, não me parece que muitos (senão mesmo a maioria) destes “pobres” tenham um pingo de vergonha. É que para se ter vergonha é preciso ter valores e muita dessa gente não reconhece nenhum valor que não seja o valor do dinheiro. Aliás, viver à pala do RSI tornou-se um modo de vida. Assisti na TVI a uma “pobre” que, confrontada por uma jornalista sobre se estava acomodada ao rendimento, responde enfezada que: “se tenho quatro filhos só posso arranjar um emprego das 10h. às 16h., por isso não arranjo porque tenho de ir buscá-los à escola!” Elucidativo sintoma de uma sociedade que se encontra doente pela assistência sem pudor oferecida por um Estado neo-socialista que explora os trabalhadores para sustentar os malandros em nome duma patética “solidariedade”. Eu, no que me toca (e toca bastante), tenho de sobra aquilo que lhes falta a eles: vergonha, isto é, vergonha de viver num país junto de gente como essa.

Sem comentários:

Vos estis sal terra |

 Vos estis sal terra | "I Vós, diz Cristo Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porq...