quarta-feira, 18 de junho de 2008

Baptista-Bastos: o ronco da agonia

“A complexidade dos acontecimentos mundiais, a derrocada do comunismo e a deterioração do socialismo abriram caminho à doutrina "liberal", assente no mais nefasto retrocesso histórico de que há memória.”
Baptista-Bastos descreve assim o liberalismo, num artigo no DN (18-6-2008) onde – com o precioso auxílio de Saramago – acusa a direita de não ter “ideias”; sem no entanto tentar negar que a esquerda, de que é militante empenhado, também não as tem. Mas oferece uma explicação para esse vácuo intelectual: "a esquerda não possui ideias de seu porque deixou de ler, de estudar, de reflectir, de analisar. Ajeitou o pretenso discurso a essa anomalia política, designada por "pragmatismo", e impôs a sua definição de democracia ao funcionamento dominante do capitalismo."
Só não teve capacidade, enquanto intelectual, para oferecer uma ideia que seja a essa esquerda indigente mentalmente. Criticar sem nunca apontar soluções é a máxima mais em voga neste espectro político. Neste ponto Baptista-Bastos é elucidativo.
Contudo, embora não reconheça “ideias” à direita, paradoxalmente, afirma que é “forjada nos aparelhos ideológicos de escolas e de universidades”. Se não tem “ideias” afinal o que é que é “forjado”?
Falar em universidades de direita é ridículo e desavergonhado. Parece que Baptista-Bastos ignora ou esquece o que são qualquer faculdade ou escola superior de ciências da educação, ou artes, entre muitas outras neste país. Escolas? Então o que é Escola Pública, cujo principal objectivo é a transformação social, senão uma completa criação da esquerda? Segundo muitos, o seu principal bastião na sociedade depois do Estado Providência.

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