«O português acha sempre que o país se divide entre "eles" - os políticos - e "nós", os eleitores. E que "nós" somos infinitamente melhores, mais puros e mais honestos do que "eles" - os quais, sem excepção, só vão para a política para se servirem e não para servirem o país. O português comum, em auto-retrato, é um cidadão exemplar: trabalha que se desunha, nunca faz ronha nem mete falsas baixas, não aldraba o patrão nem os vizinhos, não esconde um euro dos impostos, preocupa-se com a comunidade, pensa sempre primeiro nos interesses do país antes de pensar nos seus próprios. Mas, desgraçadamente, é servido por políticos que são o oposto disto. Por isso, não está "satisfeito" com a democracia.»
Miguel Sousa Tavares no Espresso (14-12-2008)
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