terça-feira, 27 de abril de 2010

Acabar com preconceito ideológico demonstrando a sua vitalidade

O discurso de Aguiar-Branco na celebração do 25 de Abril na Assembleia da República foi ridículo. As suas citações de Rosa Luxemburgo, Sérgio Godinho e … Lenine (!) foram tão patéticas que conseguiram fazer com que toda a esquerda se risse dele. Se Paulo Rangel aproveitou a oportunidade que teve num discurso no 25 de Abril para mostrar ao país e ao partido todo o seu talento e pujança política, Aguiar-Branco, nesta sua oportunidade, revelou que é um político menor e que os militantes do PSD poderiam ter destruído irremediavelmente o partido se num surto de ensandecimento colectivo o tivessem elegido presidente.
José Pedro Aguiar-Branco pretendeu “acabar com o preconceito ideológico”. Mas apenas provou que 37 anos após a queda do Estado Novo um ex-líder parlamentar do maior partido do centro-direita português não teve a capacidade nem a coragem para ultrapassar o preconceito ideológico da direita, isto é, da direita se assumir sem preconceitos como direita, com as suas referências ideológicas tão dignas moralmente como distintas da esquerda. Aguiar-Branco tocou no ponto-chave do preconceito ideológico, mas fê-lo da pior maneira possível. O silêncio envergonhado da direita e as gargalhadas da esquerda revelaram que o único preconceito ideológico existente na política portuguesa permanece inabalável.

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