terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Eu escolho um Líder!

Antes de mais, afasto taxativamente a jactância de que a minha posição sobre quem deve ser o próximo líder do PSD possa influenciar o que quer que seja ou quem quer que seja. Vale o que vale, é a minha posição e sinto-me confortável com ela.
Basicamente, aquilo que os militantes (com cotas em dia, em qualquer lugar de Portugal exceto na Madeira) do PSD vão escolher no próximo sábado (18/1) é se querem ter a dirigir o PSD um Chefe ou um Líder. Assim, simples. É isto o que está em jogo: uma chefia forte ou uma liderança agregadora.
 A escolha em si mesma revela, desde logo e de forma cabal, que em Portugal quase 45 anos depois das primeiras eleições livres ainda não foi consolidada uma efetiva cultura democrática. Esta pergunta não se colocaria, por exemplo, em Inglaterra, na Holanda, na Dinamarca ou na Finlândia, países cuja cultura democrática é a única que os seus habitantes conhecem, concebem ou compreendem.
Num país com uma verdadeira cultura política democrática não há lugar para um Chefe. É isso o que distingue a maioria das democracias liberais europeias de democracias iliberais como a da Rússia, dirigida por um Chefe (Vladimir Putin).
Infelizmente, para o PSD e para o País, os 45 anos de ditadura recente deixaram um legado cultural que demorará muito mais de 45 anos a remover do nosso subconsciente coletivo. É, portanto, e acima de tudo, uma escolha de cultura democrática que esta eleição para a presidência do PSD representa.
Um chefe inclui e exclui porque é o único que decide e toma sozinho as decisões, a sua chefia emana do cargo que exerce e nada resta aos dirigidos senão obedecer, porque "quem discorda estruturalmente do partido, obviamente que deve sair", (Rui Rio, 7/8/2018). Por sua vez, um líder apenas inclui porque, portador de uma cultura democrática, percebe que o seu poder vem dos que por ele são liderados e não do cargo que ocupa. “Estou aqui para unir o PSD, respeitando a diversidade de pensamento dentro do PSD. Unir não significa obrigar todos a pensarem da mesma forma e muito menos significa mandar pela porta fora aqueles que pensam diferente de nós”, (Luís Montenegro, 5/1/2020).
Nascido depois das primeiras eleições livres, a única cultura política que conheço e aceito é a democrática. Assim, não tenho a mais singela dúvida na escolha entre um Chefe e um Líder. Escolho um Líder! E o único dos dois candidatos a Presidente do PSD que tem perfil, cultura e temperamento para ser um Líder é Luís Montenegro.




Por Colin Mateus Marques (Facebook, 14/01/2020)

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