O Ocidente já elegeu o "seu" presidente da República Islâmica do Irão: o candidato derrotado Hossein Moussavi. Também já arranjou uma cor para a "sua" revolução pacífica daquela tenebrosa teocracia: o verde, cor da campanha do candidato derrotado. Mas eu, sempre muito céptico em relação a tudo o que seja considerações ocidentais sobre muçulmanos, tenho sérias reservas se realmente Mahmoud Ahmadinejad (que não é de plástico) não venceu com legitimidade aquilo que se convencionou chamar "eleições". Fraude? Talvez, mas pouco. A diferença (11 milhões de votos!) entre as votações dos dois candidatos foi bastante superior à diferença dos seus "programas" políticos - nenhuma. Aliás, a única dissemelhança que os jornalistas ocidentais conseguiram encontrar entre os candidatos foi que Moussavi "fez campanha acompanhado pela esposa" (que progressista...) e, por isso, "obrigou" Ahmadinejad a "fazer campanha acompanhado pela esposa". Que grande revolução... Os candidatos são ambos fanáticos religiosos. As "eleições" não têm valor nenhum, não contam para nada, nem nada esteve em jogo - o Irão é uma teocracia dominada pelos aiatolas. Quanto à "revolução" só na cabeça dos ocidentais. O Irão é o que é, e os iranianos são o que são, não aquilo que nós gostávamos que eles fossem.
"A questão é saber se há pessoas honestas quando o interesse ou a paixão estão em jogo." Talleyrand.
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