Sarah Palin foi rapidamente baptizada de “ultra-conservadora” pela comunicação social portuguesa. A RTP e a TVI nos respectivos “telejornais” resolveram classificar assim a candidata republicana à vice-presidência dos EUA ao que parece por esta ser casada pela igreja, mãe de cinco filhos, e que, para escândalo “progressista”, ainda não se divorciou. No século XXI ser religiosa, ter cinco filhos e ser casada com um homem que conheceu ainda na escola e manter-se casada com este durante décadas relembra atitudes morais doutros tempos e, por isso mesmo, a erradicar da sociedade – tal como a família enquanto instituição e a religião enquanto guia moral. Portanto urge castigar quem conserva valores antigos e práticas religiosas (excepto se essas práticas religiosas forem muçulmanas – porque com o Islão não se brinca). E o castigo é o rótulo de “ultra-conservadora”. Algo que os “progressistas” entendem como pejorativo, e os ignorantes entendem como qualquer coisa de mau. Ao bom estilo “progressista” desacata-se levianamente sem explicar os motivos para o baptismo de Palin como “ultra-conservadora”. Como dizia o João da Ega (em “Os Maias”): “o desacato é progresso”. E assim se orienta a “opinião pública”, sempre pronta a comer sem hesitações o que o jornalismo televisivo “progressista” lhes oferece – coincidência ou não à hora do jantar.
"A questão é saber se há pessoas honestas quando o interesse ou a paixão estão em jogo." Talleyrand.
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