terça-feira, 15 de julho de 2008

A um passo da irrelevância

Durantes anos vi com atenção e prazer os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI. Quando foi vítima de censura na "forma tentada" por Paes do Amaral insurgi-me revoltado e cheguei inclusive a publicar um artigo de opinião (dos piores que já escrevi) no jornal «Diário dos Açores» em defesa (ingénua) de Marcelo. Na RTP continuei a ouvir os seus sermões dominicais. Contudo, aos poucos fui perdendo o interesse e agora quando o vejo faço-o displicentemente, mais com curiosidade do que verdadeiro interesse.
Creio que a vulgaridade passou a ser a dominante. Até aos comentários sobre futebol o ex-presidente do PSD se dedica. Passou a falar para o "povo", isto é, para a "esquerda da esquerda". No seu último programa desvalorizou a importância do Compromisso Portugal e chamou neoliberal (sem aspas) a Rui Ramos. E anteriormente apoiou Ségolene Royal contra Sarkozy.
Perdeu muito do brilhantismo, agora só em alguns rasgos. Classificou, de forma imbecil, o ministro da Agricultura como "o maior incompetente do mundo" (RTP, 29-6-2008). Dada a extravagância do comentário, posso legitimamente justificá-lo como tentativa decadente de chamar a atenção sobre si mesmo e sobre o seu programa através da restante comunicação social. Mas as audiências já não são e dificilmente serão novamente o que foram, sobretudo nos tempos da TVI. Marcelo está em decadência enquanto comentador político, apesar de ainda ter algum interesse. A irrelevância de Marcelo Rebelo de Sousa enquanto "fazedor de opinião" está mesmo ali a um passo.

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