Grandes navios verdes
Eis que navegam
Ancorados, para sempre;
Sob as águas
Enormes raízes de lava
Prendem-nos firmes
A meio do Atlântico
Ao passado
Os turistas, pasmando
Do convés,
Proclamam aos guinchos lindas
As encostas malhadas
De casinhas
(confetti) e
doces losangos
de chocolate (terra).
Maravilham-se com
Os campos graciosos
E os socalcos
Feitos à mão para conter
Os modestos frutos
Das vinhas e das árvores
Importadas pelos
Portugueses:
Paisagem rural
Vindo à deriva
De há séculos;
À distância
Amplia-se.
O navio singra.
Outra vez a constante
Música alimenta
Um navio à popa,
Os Açores sumidos.
O vácuo atrás e o vácuo
À frente são o mesmo.
Eis que navegam
Ancorados, para sempre;
Sob as águas
Enormes raízes de lava
Prendem-nos firmes
A meio do Atlântico
Ao passado
Os turistas, pasmando
Do convés,
Proclamam aos guinchos lindas
As encostas malhadas
De casinhas
(confetti) e
doces losangos
de chocolate (terra).
Maravilham-se com
Os campos graciosos
E os socalcos
Feitos à mão para conter
Os modestos frutos
Das vinhas e das árvores
Importadas pelos
Portugueses:
Paisagem rural
Vindo à deriva
De há séculos;
À distância
Amplia-se.
O navio singra.
Outra vez a constante
Música alimenta
Um navio à popa,
Os Açores sumidos.
O vácuo atrás e o vácuo
À frente são o mesmo.
Originalmente publicado na Harper’s Magazine (Janeiro 1964, p.37), traduzido por Jorge de Sena no suplemento literário Glacial do jornal A União (5 de Setembro de 1969). John Updike passou de barco pelos Açores numa viagem transatlântica que fez em 1954-55.
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