quinta-feira, 1 de maio de 2008

A "monarca" Manuela

Convidado para a apresentação da candidatura de Manuela Ferreira Leite, ontem no Porto, decidi comparecer. Não para lhe prestar qualquer tipo de vassalagem, mas para ver e sentir o pulso da candidatura e, especialmente, da candidata a líder do PSD. Não gostei e não contribui para a recolha de assinaturas.
Não gostei por vários motivos, desde logo o local: sede do PSD no Porto. Uma vivenda de classe média-alta sem condições nenhumas para o que quer que seja de iniciativas partidárias. Concebida para ser uma habitação, o local mais largo é o que normalmente seria a sala. Onde aliás decorreu a apresentação. Nenhuma janela se abria o que acrescentando ao facto da sala estar superlotada de gente (alguma "grande" tipo Valente de Oliveira ou Miguel Veiga) tornou-se uma maçada quase insuportável. Fiz o sacrifício cívico de aguentar.
Rui Rio, em entrevista a Judite de Sousa, disse que Ferreira Leite assumia as características duma "monarca" que vem para "pacificar" as exaltadas hostes laranjas. Não explicou foi se seria ele o "chefe de governo" da dita "monarca". Nem precisou. Está ao alcance de qualquer inteligência média.
Nessa qualidade - agora temporária de mandatário de candidatura no Porto - abriu a apresentação com um eloquente discurso. Tudo bem. Mas quando chegou a hora da "monarca" falar é que foram elas. Começou a gaguejar antes de dizer o que quer que fosse e gaguejou ainda várias vezes ao longo do cinzento discurso que proferiu. Não disse nada de jeito. E respondeu de forma pouco simpática às poucas questões formuladas pelos militantes. Estava ali para uma consagração, não para uma discussão. Por exemplo: questionada se iria forçar Santana a abandonar a liderança parlamentar respondeu assim: "não falo sobre cenários hipotéticos".
Valeu apenas pelo que não disse. E o que não disse foi que rejeitava coligações pós-eleitorais com o CDS de Paulo Portas.
Sobre a "monarca" de Rui Rio vale a pena ler o que escreveu Pedro Norton na «Visão» (1-5-2008): "Ferreira Leite representa, também ela, uma solução sem futuro. É simultaneamente a solução mais óbvia mas também a solução mais fácil. É uma solução federadora mas dificilmente será uma solução mobilizadora. É, inequivocamente, a solução de menor risco mas não aspira a ser mais do que uma solução de transição. Longe de ser uma solução que aponte ao futuro é uma solução que se limita a reparar os estragos do passado."

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